Tecnologia australiana é implementada na capital paulista desde 2023; veja como funciona e quais serão os impactos no dia a dia Se você dirige em São Paulo (SP), deve ter reparado que alguns semáforos receberam uma espécie de borda amarela. Os motoristas podem pensar que se trata apenas de uma solução estética, mas a resposta promete melhorar significativamente o seu dia a dia ao volante e até deixar o seu carro mais econômico.
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Autoesporte conversou com Marcus Vinícius Buelloni, supervisor do Departamento de Controle Semafórico da Zona Oeste de São Paulo, um dos braços da Companhia Engenharia de Tráfego (CET), para saber mais sobre os novos semáforos inteligentes que utilizam uma tecnologia australiana e estão ganhando as ruas na capital paulista.
O nome relacionado às bordas amarelas se popularizou, mas a verdadeira denominação para o aparelho é semáforo de modo adaptativo. Trata-se de uma evolução do semáforo programável, que é o mais comum na cidade e ajuda o trânsito a fluir melhor — mesmo sem você saber.
Como funcionam os semáforos comuns?
Semáforos comuns são programados para melhorar o trânsito, dependendo do horário e dia da semana
Autoesporte/Vitória Drehmer
“Os semáforos comuns são programáveis, baseados no volume de tráfego de uma região. O tempo de cada fase luminosa é pré-estabelecido de acordo com o horário e o dia da semana”, explica Buelloni.
O especialista revela que todos os semáforos da capital paulista obedecem um organograma específico, chamado de ciclo semafórico. “Nas manhãs, quando o trânsito é mais intenso, eles podem ficar abertos por mais tempo para aliviar o fluxo de uma rua específica”.
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“Na fase que chamamos de ciclo comercial, essa programação muda para um esquema mais equilibrado, já que o fluxo nas ruas diminui enquanto as pessoas estão no trabalho”, diz o especialista. “Por fim, quando os motoristas saem de suas ocupações ao fim da tarde, os semáforos voltam a seguir um ciclo de alta demanda, que dura até parte da noite”.
Sábados, domingos e feriados têm programações especiais, tendo em vista que o tráfego diminui consideravelmente.
Qual a diferença dos semáforos inteligentes?
Instalação de semáforo inteligente em São Paulo; sinalização toma decisões automaticamente
Divulgação/Illumina
Como o nome sugere, os semáforos inteligentes têm recursos para processar em tempo real as informações do trânsito, com base em câmeras instaladas nos cruzamentos. Este sistema, desenvolvido na Austrália pela Scats (Sydney Coordinated Adaptive Traffic System), vem sendo implementado em várias cidades do mundo.
“As câmeras calculam quantos veículos estão passando naquele cruzamento. Depois, os dados são processados para alterar a fase luminosa dos semáforos de acordo com a demanda instantânea”, diz o especialista.
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Os semáforos inteligentes funcionam de forma autônoma, sem intervenções humanas ou programações pré-estabelecidas. Este sistema, vale dizer, é de responsabilidade da SPRegula, a agência de serviços públicos da Prefeitura de São Paulo. A CET é responsável pela implantação e manutenção.
“Identificamos os pontos mais congestionados da capital paulista para serem os primeiros a receber os novos semáforos inteligentes. Todos estão localizados no mini-anel viário da cidade, que é a área do rodízio”, explica Buelloni.
A implementação dos semáforos inteligentes começou apenas 2023, e a CET ainda não tem dados sobre o impacto da nova tecnologia nas ruas. Na Austrália, a desenvolvedora Scats identificou redução de 28% no tempo de viagem, 25% no tempo das paradas e 15% no consumo de combustível, isso considerando regiões em que este recurso é utilizado em larga escala, como Sydney e Camberra.
Veja como os carros podem ficar mais econômicos com o novo semáforo
André Schaun/Autoesporte
O momento em que um carro mais gasta combustível é para sair da inércia. Portanto, ao otimizar as fases luminosas e permitir um trânsito mais fluido, os semáforos inteligentes proporcionam melhorias significativas na eficiência do veículo. Consequentemente, há redução nas emissões de CO₂, já que os motores operam em uma faixa de giro menor.
Em São Paulo, o sistema inteligente está presente em 317 cruzamentos. A expectativa da CET é de que 2.300 novos pontos sejam instalados até o final de 2025. Em todo o mundo, o semáforo adaptativo já é utilizado em larga escala em mais de 180 cidades espalhadas por 28 países.
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