Exclusivo: como a Caoa vai trazer a Changan ao Brasil sem perder a Chery
Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador da Caoa, era conhecido por ser um excelente negociador. Tal vocação parece ter sido passada aos filhos, que vão conseguir lançar a Caoa Changan no Brasil sem espantar ou inviabilizar a parceria de anos com outro grupo gigante da China, a Chery.
Sim, Caoa Changan e Caoa Chery vão coexistir. Autoesporte já contou em primeira mão como será a operação da Caoa Changan, com produção nacional de três modelos em Anápolis (GO), mesma fábrica de onde saem os Caoa Chery feitos aqui. Por outro lado, os times de venda e as redes de concessionárias serão independentes, porque aqui, como já acontece na China, Changan e Chery são concorrentes.
No entanto, a chegada da Changan não muda a sociedade da Caoa com a Chery. Isso para o bem e para o mal. Se os chineses conseguiram se estabelecer no Brasil com a parceria firmada em 2017 — hoje, o Tiggo 7 é um dos SUVs mais vendidos do Brasil —, a relação entre as partes não é das melhores.
O estranhamento começou em 2022, quando a Exeed, uma das marcas do grupo Chery, anunciou que viria ao Brasil de forma independente. A Caoa não gostou. Desde então, o grupo trabalha para reduzir a dependência de apenas uma marca. Daí, surgiram as conversas com Geely, GAC, Saic e a própria Changan.
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Caoa Chery e Caoa Changan serão concorrentes, assim como a Omoda Jaecoo
Renato Durães/Autoesporte
Autoesporte apurou que, para que as relações não fossem mais afetadas, Caoa e Chery chegaram a um entendimento de que ambas poderiam trazer outras marcas de forma independente. Desde então, a Chery decidiu lançar a Omoda Jaecoo e já trabalha no desembarque da Jetour por aqui.
No caso da Caoa, a Changan foi a escolha natural. “As condições oferecidas pelos chineses foram as melhores entre as candidatas. Todo o processo foi muito rápido”, garantiu uma fonte, sob condição de anonimato.
Falando especificamente da Caoa Chery, a perspectiva de novos lançamentos segue inalterada. “A Caoa tem acesso e pode trazer todas as novidades da linha Tiggo chinesa”, garantiu outro informante.
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Uma delas, inclusive, já roda em testes no Brasil, com flagra publicado pelo perfil Placa Verde. É a reestilização mais recente do Tiggo 5X, que deve estrear por aqui nos próximos meses, com possibilidade de estrear no Salão do Automóvel.
Além do novo Tiggo 5X, a Caoa Chery pode trazer o Tiggo 9, um SUV que ocuparia o topo da gama da marca sino-brasileira. A questão crucial é que a linha não tem tantos outros modelos em nova geração.
Chery Tiggo 9 é estudado para o mercado brasileiro
Divulgação
O Tiggo 7 mais recente, por exemplo, é uma versão similar ao Jaecoo 7 lançado há poucos meses no Brasil. O mesmo acontece com o mais recente Tiggo 5X, que nada mais é do que um Omoda 5 com emblemas trocados. Isso acontece porque Omoda Jaecoo foram marcas criadas pela Chery para mercados externos com produtos baseados na linha Tiggo já existente.
Assim, se a Caoa Chery quiser trazer tais atualizações de geração, tais produtos chegariam como “cópias” de modelos já existentes da operação Omoda Jaecoo no Brasil. Uma possibilidade de contornar a situação é a Caoa poder trazer uma outra marca do grupo Chery. No caso, a Exeed, focada em modelos premium.
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