Voamos no primeiro jato executivo da Honda que custa R$ 38 milhões


Fugir do trânsito de São Paulo. Essa é uma habilidade, sorte ou proeza que muitos até seriam capazes de colocar na lista de desejos que se faz a um gênio da lâmpada. Para um grupo muito seleto de pessoas essa realidade já é possível, mas mediante o investimento de muitas cifras para se ter ou fretar um helicóptero ou até um jatinho particular. Autoesporte teve essa “experiência”, e deu uma volta no Hondajet, primeiro jatinho comercial da Honda, que custa nada menos que R$ 38 milhões.
Saindo do aeroporto Campo de Marte, zona norte de São Paulo, às 15h, voamos em direção à Itirapina, no interior de São Paulo, onde fica a fábrica da Honda que produz a família City, HR-V e o mais novo lançamento, WR-V. Mas a ideia não era pousar, apenas desfrutar da experiência de ser milionário por algumas horas. Assim, após encontrar a unidade fabril da marca japonesa, demos meia volta e retornamos ao ponto de partida. O voo teve duração de 1h30min e a distância, por terra, é de 212 km.
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Claro que, muito além do conforto e todo luxo que essa experiência pode proporcionar, outras características desse avião também chamam atenção de qualquer um que tem a oportunidade de andar nele. O grande destaque vai para os motores, que em vez de serem acoplados ao corpo do avião e conectados à sua carenagem, são instalados sobre as asas em uma estrutura vertical.
A posição estratégica influencia diretamente na aerodinâmica do modelo, melhorando a autonomia e contribuindo para o slogan que a fabricante criou para o modelo: “voa mais alto, mais longe e mais rápido”. Isso claro, considerando outras aeronaves da mesma categoria, chamada VLJ (jatos muito leves, em tradução para “very light jets”). Assim, seus principais concorrentes são o Phenom 100EX e o Cessna Citation M2.
Hondajet Elite tem envergadura de 12,12 metros
Júlia Maria Toledo/Autoesporte
Equipado com dois propulsores turbofan GE Honda HF120 que geram cerca de 929 kg de empuxo, cada um, o Hondajet possui três telas de 14 polegadas que projetam os sistemas da aeronave para piloto e copiloto. Sua envergadura é de 12,2 metros de comprimento e não é das maiores. Já o comprimento é de 12,9 m. Mesmo assim, como os motores não estão grudados na carroceria, mas sim nas asas, o espaço interno do jato é privilegiado até para os mais altos.
O conforto se estende à experiência de voo. De fato, a distância da cabine em relação às turbinas gera um ruído mínimo e pouquíssima vibração. Um teste interessante de se fazer é colocar as mãos nas “paredes” do avião e sentir que mesmo em alta velocidade a carroceria não fica instável. Assim, a emoção fica a cargo da decolagem e pouso.
Motores do Hondajet Elite são instalados sobre as asas e melhoram a aerodinâmica da aeronave
Júlia Maria Toledo/Autoesporte
Isso porque, o tamanho da aeronave faz com que haja certa instabilidade ao voar em baixas altitudes, onde a pressão do ar é maior. Na volta, em que percorremos uma longa distância a uma altura menor, o estômago não aguentou e começou a embrulhar — indo contra os vídeos postados no Instagram e o carão nas fotos, o organismo da jornalista que vos escreve realmente não está acostumado com a vida de uma milionária.
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O desconforto é recompensado, entretanto, quando atingimos grandes altitudes. O Hondajet, inclusive voa mais alto que uma aeronave comercial da Boeing ou da Airbus. Enquanto esses aviões alcançam altitude máxima de 10 a 12 mil metros, o jato executivo da marca japonesa voa até 13 mil metros de altura. Já sua velocidade máxima de cruzeiro, é de 782 km/h.
Hondajet Elite tem três telas de 14 polegadas no painel
Júlia Maria Toledo/Autoesporte
Já o alcance, de 2.865 km com um tanque cheio (considerado quando o jato acomoda quatro pessoas), fica acima dos 2.182 km máximos que percorre o Phenom 100EX. Com essa autonomia, é possível ir tranaquilamente de São Paulo à Recife, ou até mesmo dar um oi aos nossos vizinhos argentinos, em Buenos Aires.
O avião comporta cinco passageiros, sendo uma das poltronas posicionada lateralmente ao corpo da aeronave e virada de frente para a entrada e saída. Uma curiosidade, é o fato de que o assento do banheiro foi homologado para transportar um passageiro e já vem até com revestimento em couro e cinto de segurança, totalizando seis passageiros.
Hondajet Elite tem um dos assentos virados para a entrada e saída da aeronave
Júlia Maria Toledo/Autoesporte
Há ainda, a possibilidade de utilizar a poltrona do copiloto como assento de transporte, nesse caso, apenas se o avião fizer parte de uma frota particular. A Líder, representante da Honda Aircraft — empresa de aviação da fabricante de automóveis japonesa — no Brasil, por exemplo, não permite que seus pilotos conduzam aeronaves sem um copiloto.
E o preço dessa brincadeira? Bom, a empresa Líder traz o Hondajet ao Brasil por um preço inicial de 7,2 milhões de dólares, ou pouco mais de R$ 38 milhões em conversão direta. Considerando pacotes adicionais, o valor chega aos 8 milhões de dólares. Se você não tiver interesse em comprar, mas sim fretar o jatinho para uma viagem pontual, é bom saber que vai ter que desembolsar nada memos que cerca de R$ 38 mil por hora de voo com a Líder.
Hondajet Elite custa quase R$ 40 milhões e oferec emuito conforto aos passageiros
Júlia Maria Toledo/Autoesporte
Desde a homologação e lançamento da aeronave no mundo, entre 2014 e 2015, já foram quatro gerações desenvolvidas: Hondajet Classic, Hondajet Elite, Hondajet Elite S e Hondajet Elite II. Nós voamos em uma unidade do Hondajet Elite, a primeira da aeronave trazida ao Brasil.
São 267 unidades vendidas ao redor do planeta, das quais, sete estão no Brasil. A Honda informou à nossa reportagem, inclusive, que uma oitava aeronave foi vendida esta semana e deve chegar ao país daqui um ano e meio.
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