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Toyota Hilux com 2,5 milhões de km e motor intacto desbrava Brasil até hoje

13/10/2025
Toyota Hilux com 2,5 milhões de km e motor intacto desbrava Brasil até hoje


O Toyota Bandeirante foi o responsável pela fama de carros resistentes e inquebráveis da fabricante japonesa. Em outubro de 2024, tive o prazer de testar a última das 104.621 unidades do veículo produzidas em São Bernardo do Campo (SP), entre 12 de novembro de 1962 e 28 de novembro de 2001. Exatamente um ano depois, estou diante de uma prova viva do legado que o Bandeirante deixou: uma Hilux 1998 com 2,5 milhões de quilômetros rodados e motor original, intacto, que desafia o tempo.
Dê o play e assista uma das histórias mais absurdas da indústria automotiva brasileira: a indestrutível Hilux de 1998!
A manhã calma e ensolarada daquela terça-feira, sob o ar fresco da Serra da Cantareira (SP), está longe de ser o cenário comum dessa imortal Hilux nas últimas décadas. A picape sempre foi pensada e usada para o trabalho.
Longas viagens entre São Paulo e Bahia, Piauí, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina ou qualquer outro lugar remoto do Brasil foram a fórmula para acumular uma quilometragem que equivale a 62 voltas no globo terrestre. O autor desse feito impressionante é o biólogo paulista Paulo Martuscelli — Paulão ou Falcon, para os mais chegados.
Toyota Hilux 1998 desafia o tempo: tem 2,5 milhões de km rodados
Renato Durães/Autoesporte
Falcon comprou essa Hilux SR5 4×4 Cabine Dupla em abril de 1998, em uma concessionária chamada Toyota Tsusho, na zona sul de São Paulo. O motor 2.8 diesel aspirado de quatro cilindros tem 78 cv de potência e 17,7 kgfm de torque, com câmbio manual de cinco marchas e tração 4×4. O desempenho está longe de ser uma das virtudes: o zero a 100 km/h é feito em longos 25,5 segundos e a velocidade máxima é de 133 km/h.
O ruído a bordo é grande e os engates do câmbio são duros. Sabe o quanto isso importa? Nada! Não foi a pressa que fez essa picape rodar tanto até o odômetro travar: foi a eficiência para chegar até onde chegou. A Hilux foi lançada no Brasil em 1992, importada de Hamura (Japão). A partir de 1997, passou a vir de Zárate (Argentina).
Toyota Hilux SR5 4×4 Cabine Dupla foi comprada pelo atual e único proprietário em abril de 1998
Renato Durães/Autoesporte
Naquela época, já tinha opções mais potentes e turbinadas, como o 2.8 turbodiesel de 91 cv e o 3.0 turbodiesel de 116 cv. Entretanto, o que o biólogo precisava era de um motor que demandasse a menor manutenção possível, por isso optou pela versão aspirada.
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“Escolhi a Hilux porque era a única que entregava o que eu precisava. Em 1996, trabalhei na Ferrovia Norte-Sul, no Maranhão, e lá só tinha Mitsubishi L200 ou Hilux. Em campo, foi o verdadeiro teste que eu precisava para escolher qual comprar. Depois, fiz trabalhos no Acre — só tinha Land Rover Defender. Avaliando as qualidades, a durabilidade e o custo/benefício de todas, a Hilux era a única que aguentava o tranco, ainda que a L200 fosse mais ágil. Minha necessidade era um veículo para trabalho pesado e que ficasse parado o menor tempo possível”, relembra Paulo.
Paulo comprou a Hilux em abril de 1998
Arquivo pessoal
Depois de tirar a Hilux da concessionária, começou a saga para adaptar a suspensão. A única modificação que ele tinha de fazer era aumentar os pneus da roda aro 16 para encaixar pneus 33, além de deixar a suspensão apta a encarar condições extremas desbravando o Brasil.
O problema é que, na época, a Toyota não tinha nenhum kit pronto para atender sua principal necessidade. Logo, deixar o carro em uma oficina particular para realizar as modificações no melhor estilo “tentativa e erro” foi rotina comum nos primeiros anos, entre uma viagem e outra. Mesmo com as dificuldades, em dois meses já tinha rodado 40 mil km.
Toyota Hilux vem com motor 2.8 diesel aspirado de quatro cilindros
Renato Durães/Autoesporte
Os mecânicos colocavam alargador no eixo dianteiro, direto na barra de torção, para conseguir adaptar a Hilux para pneus maiores, o que é péssimo para a segurança. A barra de torção é o componente da suspensão responsável por absorver impactos e manter a altura do carro. Os pneus maiores aumentam o peso e o torque nos cubos, rolamentos e braços de suspensão.
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Com alargadores, esse esforço é ainda maior. Essa modificação muda a geometria e o centro de gravidade do veículo porque, em vez de o peso ficar distribuído no centro do carro, por causa do motor, fica mais para as laterais, o que força a ponta dos eixos até a quebra. Essa alteração também compromete a resposta da coluna de direção e muda o ângulo de esterço das rodas, o que pode deixar a condução bem perigosa.
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Toyota Hilux 1998 tem pedais originais e console conta com manopla extra para a reduzida
Renato Durães/Autoesporte
Na traseira, as oficinas removiam os feixes de mola originais e arqueavam o ferro para aumentar o ângulo e levantar a suspensão. Só que a peça original não é feita para sofrer essa alteração. Por isso, com o passar do tempo e os fortes impactos, esses feixes entortados voltavam para a forma original até quebrarem.
“Colocar alargador de eixo é um crime com a engenharia do carro, assim como arquear os feixes de mola. A gente erra por não conhecer. Demorei dez anos para achar um mecânico que conseguiu acertar a geometria correta da Hilux. Ele levantou a carroceria pelo chassi usando bucha de poliuretano e não direto pela barra de torção. Na traseira, coloquei feixes de molas forjados com o ângulo correto, aí a resistência ficou bem maior”, explica o biólogo.
Até o limite
Toyota Hilux 1998 passou por modificações na suspensão
Renato Durães/Autoesporte
Seja com a caçamba lotada de plantas no sul da Bahia, seja isolado no meio do mato, em parques ou em áreas de conservação ambiental, Falcon fez sua Hilux 1998 girar o odômetro até o limite. Com quase 1,2 milhão de km rodados, no final dos anos 2000, os cabos de aço da engrenagem que giram o odômetro arrebentaram e pararam de movimentar a peça.
Cabos de aço que giram odômetro da Hilux arrebentaram no fim dos anos 2000
Renato Durães/Autoesporte
Mas, então, como ele tem controle da quilometragem? Os pneus Geolandar Yokohama ATS 33 são trocados, em média, após 80 mil ou até 100 mil km rodados. Assim, desde que o odômetro travou, Paulo se organiza pelos registros das trocas dos pneus para calcular a quilometragem aproximada e programar as revisões da Hilux.
E a pilha de papéis é grande. O biólogo brinca que a Hilux só foi lavada em lava-rápido uma vez na vida e conta que o segredo da longevidade está no cuidado mecânico. Trocas de óleo, velas, correia dentada, bomba d’água e componentes essenciais do motor são seguidas à risca. A embreagem foi trocada duas vezes, por desgaste natural, sendo a primeira após 1,3 milhão de km percorridos.
Estofamento foi um dos poucos itens trocados na Hilux
Renato Durães/Autoesporte
Os amortecedores especiais são substituídos a cada 100 mil km. O estofamento no interior já foi trocado por inteiro, mas acreditem: o estepe ainda está no mesmo lugar desde 1998 e o escapamento é original. Em razão das condições climáticas enfrentadas nas viagens, a bateria do carro foi alterada de 75 Ah para 90 Ah. A carroceria é cheia de marcas e riscos que só um carro com 2,5 milhões de histórias pode ter.
Em 2010, quando a picape já havia rodado 1,6 milhão de km, o filho de Falcon, Daniel Martuscelli, convenceu o pai a comprar um SW4 1996 com motor V6 3.0 turbodiesel de 152 cv. Desde então, para trabalhos que demandam mais velocidade, o biólogo usa o SUV. Mas quando a missão exige transporte de carga e não há tanta pressa — afinal, a picape não ultrapassa 80 km/h —, a imortal Hilux é convocada até hoje para colocar seus mil quilos de capacidade à prova.
Toyota Hilux é cabine dupla e tem espaço adequado para ocupantes do banco traseiro
Renato Durães/Autoesporte
Em tempos em que quase tudo é feito para durar pouco, essa Toyota Hilux 1998 é quase uma afronta. Não é conforto, velocidade ou tecnologia que ela oferece. É confiança — uma das coisas mais difíceis de consquistar na vida. É saber que, se depender dela, o destino será alcançado. Que venham os 3 milhões de km.
Em tempos em que quase tudo é feito para durar pouco, essa Toyota Hilux 1998 é quase uma afronta. Não é conforto, velocidade ou tecnologia que ela oferece. É confiança — uma das coisas mais difíceis de conquistar na vida. É saber que, se depender dela, o destino será alcançado. Que venham os 3 milhões de km.
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Falcon optou pela Hilux com motor aspirado devido à baixa manutenção em relação às versões turbinadas
Renato Durães/Autoesporte
“Foi o lugar mais longe”
A maior distância que Paulo percorreu com a Toyota Hilux foi entre a Serra da Cantareira, na região da Grande São Paulo (SP), até uma cidade chamada São Gonçalo do Gurgueia, no sul do Piauí, a cerca de 2 mil km de distância. Ná época, o biólogo era pesquisador de campo e fazia a coleta de materiais genéticos de araras-azuis.
Foram três dias para ir até o local, duas semanas rodando por lá e três dias para voltar. Ao todo, entre ida e volta, ele dirigiu mais ou menos 6 mil km apenas nessa viagem. Já Santa Catarina é “logo ali”, e Falcon faz o chamado “bate e volta” entre São Paulo e Florianópolis com frequência, rodando cerca de 1,5 mil km entre ida e volta em um só dia.
Com o odômetro travado, é a troca de pneus que garante a contagem da quilometragem
Renato Durães/Autoesporte
Toyota Hilux 1998
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