Teste: Mini JCW elétrico promete sensação de kart por R$ 330 mil


Mesmo após cinco anos trabalhando no setor automotivo, confesso que ainda me surpreendo com alguns carros. Os novos (e primeiros) esportivos elétricos da Mini entraram nessa lista. Me refiro à dupla Mini JCW E e o Mini JCW Aceman E. Como o nome já indica, eles fazem parte da família John Cooper Works, divisão voltada para veículos com maior performance da marca. No Brasil, eles estão à venda desde julho deste ano com tabela inicial em salgados R$ 330.990.
Veja os preços:
MINI John Cooper Works E: R$ 330.990
MINI John Cooper Works Aceman E: R$ 345.990
Mini JCW E tem 11 opções de cores para personalização
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Os novos integrantes trazem o conhecido estilo britânico que mistura o clássico com o moderno. Entre as características marcantes estão os faróis mais arredondados de LED que, neste caso, têm assinatura exclusiva JCW. Além disso, adotam detalhes com pegada mais esportiva, como saias laterais escurecidas e o spoiler traseiro, que ajuda a otimizar a aerodinâmica.
Para quem gosta de personalização, tanto o hatch quanto o SUV tem 11 opções de cores cada, ainda permitindo optar pelo teto na cor vermelha e preta. Sobre as rodas, são de 18 polegadas para o Mini e de 19” para o Aceman.
Mini JCW Aceman é equipado com rodas de 19 polegadas
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Motor elétrico de 258 cv
Autoesporte conheceu os esportivos elétricos durante evento realizado pela marca no México. Foi, aliás, meu primeiro contato com um carro da Mini — até então, eu só tinha “ouvido falar”, como diria o ilustre Zeca Pagodinho.
Ambos estrearam no mercado brasileiro com um powertrain elétrico de 258 cv de potência e 34,6 kgfm de torque. Com esse conjunto, o Mini JCW E acelera de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos, número muito bom para um carro que pesa 1.730 kg. Por outro lado, o Aceman faz o mesmo trajeto em 6,3 s. A velocidade máxima para ambos é de 195 km/h.
Mini JCW E tem 3,86 metros de comprimento
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E porque a expressão “salgados” quando o assunto é preço? Bom, apesar do Mini JCW E não ter um concorrente direto, alguns modelos que se encaixam como “rivais”, como o Audi A3 Sportback e o Volvo EX30, oferecem uma tabela mais chamativa no Brasil. O Audi de 204 cv, por exemplo, parte de R$ 324.990. Enquanto isso, o Volvo de 272 cv, consegue ser mais potente e mais barato até mesmo na versão topo de linha Ultra de R$ 299.950.
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Como anda o Mini JCW E?
Neste momento retomo o foco para o Mini JCW E. Meu contato com o hatch elétrico foi curto, de apenas duas voltas no circuito México Drive Resort, sendo a primeira para reconhecimento e a segunda para aceleração. A marca também estabeleceu um limite máximo de 120 km/h permitido para fazer o teste na pista. Portanto, as impressões são iniciais. A pista, que tem 3,7 km de extensão, foi planejada para testar a dinâmica do modelo, que é um de seus pontos fortes.
Central multimídia OLED redonda tem 240 mm e é característica dos modelos da Mini
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Potência e torque não faltam. Apesar do peso, que também se soma pela bateria de 54,2 kWh, os quase 35 kgfm de torque dão um bom samba e são mais que suficientes para movimentar o hatch com agilidade. O porte também é perfeito para enfrentar curvas mais sinuosas com facilidade. Em termos de autonomia, são 306 km no ciclo PBEV do Inmetro — no Aceman o número fica em 312 km.
A adoção de uma suspensão específica da John Cooper Works tornou o conjunto mais estável, além de ser bem firme. Na pista lisa do autódromo mexicano, esse ajuste se mostrou bastante confortável. Contudo, vai fazer com que o motorista sinta mais o impacto nas ruas brasileiras, mais desniveladas. Outra questão é que a direção poderia ser um pouco mais direta, já que no breve percurso percebi que, em alguns momentos, foi difícil entender com mais precisão para onde as rodas estavam indo.
Aerofólio traseiro preto é adição esportiva na linha John Cooper Works
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Sensação de Kart?
Apesar de ter uma cara elegante, o Mini JCW E não é nada manso e gosta de uma festa. Além da entrega de torque instantâneo, o modelo também tem um modo que chama Go-Kart, que agora posso falar que já vi, ouvi e testei, diferente de caviar.
Assim que acionei o sistema, parece que o carro se transformou. O display OLED de 240 mm, que faz a função de central multimídia e painel de instrumentos, mudou para mostrar dados de velocidade, torque e a força G, focando na performance. A direção ficou mais na mão, com a resposta do pedal do acelerador mais sensível, permitindo mais agilidade. A divisão, vale dizer, também aprimorou com sucesso os freios para ter uma desaceleração mais efetiva.
Mini JCW E traz detalhes escurecidos na carroceria
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Vida a bordo
A primeira impressão que tive quando entrei no hatch elétrico foi a qualidade do acabamento e de que o teto panorâmico ajuda na sensação de amplitude. Embora o fato de não ter o painel de instrumentos me incomode, a presença do head-up display auxilia para que o condutor não precise desviar o olhar para entender em qual velocidade está guiando.
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A falta do recurso, em contrapartida, vai incomodar na hora de dirigir o carro na rua, tendo a necessidade de seguir o GPS, por exemplo. Afinal, será necessário desviar a atenção da via para olhar a tela que, embora tenha uma excelente qualidade, deixa o mapa menor por conta da configuração redonda.
Mini JCW E tem bancos com acabemento em couro e desenhos exclusivos no painel
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Apesar dessa questão (e dos poucos botões na cabine), foi muito fácil encontrar uma boa posição para dirigir, algo facilitado pelos ajustes automáticos nos bancos, e que ajudou muito na hora da direção em pista.
Entre os itens de conveniência estão iluminação ambiente, teto panorâmico, carregador de celular por indução e assentos com acabamento em couro e costura vermelha. Também é possível configurar o clima e outras recursos por comando de voz, dizendo “Hi, Mini”.
Quando o assunto é a lista de equipamentos de segurança, os Mini JCW E e Aceman são equipados com o sistema ADAS que incluem funções de assistente de manutenção de faixa, controle de cruzeiro adaptativo, detector de ponto cego, frenagem autônoma de emergência, entre outros. Fora a câmera com visualização 360° que, se somando ao diâmetro de giro de 10,8 m, ajuda bastante na hora das manobras.
Mini JCW E e Aceman estrearam no Brasil em julho deste ano
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Em relação ao espaço, o motorista e o passageiro da frente aproveitam de uma disposição confortável. Entretanto, quem vai atrás pode ter um pouco mais de dificuldade para acomodar as pernas, ainda mais se for uma pessoa mais alta (igual ou maior que 1,70 m). Ao todo, o Mini JCW E tem 3,86 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,46 m de altura e 2,53 m de entre-eixos. O porta-malas tem 210 litros, de acordo com a fabricante.
Fato é que a nova linha de elétricos esportivos da Mini faze uma boa (e difícil) ponte entre conforto e esportividade, característica muito esperada da linha John Cooper Works. Só que cobra alto por isso, fazendo com que outros modelos se tornem mais chamativos nessa faixa de preço. Uma verdade, entretanto, que não dá para esconder é que, assim como quem come caviar, quem compra o Mini JCW E ou o Mini JCW Aceman geralmente “tem bala na agulha”.
Pontos positivos: dinâmica na condução; acabamento interno e lista de equipamentos.
Pontos negativos: preço elevado; pouco espaço na segunda fileira e suspensão rígida para a cidade.
Ficha técnica – Mini John Cooper Works E
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