Teste: Jeep Renegade T270 economiza nos detalhes para ter preço de Pulse

Embora seja um SUV compacto veterano que perdeu espaço nos últimos anos, o Renegade ainda continua sendo uma boa opção de compra Durante certo tempo, o Jeep Renegade batia no peito e disparava: “sou melhor que você e posso sujeitá-lo a qualquer coisa”. SUV mais vendido do Brasil em 2019 e 2021, o modelo nadava de braçada no segmento. A concorrência, contudo, aumentou, se atualizou e vem ganhando terreno, enquanto o compacto da Stellantis deixou os ponteiros do relógio pararem.
O Renegade não consegue mais esconder suas rugas e até mesmo já olha adiante, em busca de uma tão sonhada aposentadoria após a chegada do Avenger. Mesmo assim, o utilitário dispõe de predicados que ainda, acredite, fazem dele boa opção de compra. Até em sua versão de entrada, que perdeu a alcunha Sport e atende por 1.3 Turbo T270 4×2.
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A opção custa R$ 118.290 e foi a única versão do SUV que não sofreu quaisquer reajustes de preço na virada do ano. Tem como principal chamariz, claro, o motor 1.3 turbo flex, de quatro cilindros em linha e injeção direta.
Jeep Renegade tem visual que evidencia robustez
Cauê Lira/Autoesporte
Todavia, os números agora são outros. Por conta de alterações a fim de atender ao Proconve L8, o propulsor rende 176 cv de potência tanto com gasolina ou com etanol no tanque. O torque é o mesmo: 27,5 kgfm. De todo modo, a Stellantis afirma que “as alterações de potência são imperceptíveis na utilização cotidiana”. Se isso é verdade ou não, ainda não podemos cravar.
Explico: Autoesporte testou versão a que ainda segue os preceitos do Proconve L7. Assim, temos um 1.3 turbo que entrega 180 cv com gasolina e 185 cv com etanol a 5.750 rpm, e o pico de 27,5 kgfm é atingido a 1.750 rpm. Desse modo, o Renegade 1.3 T270 4×2 e seus 1.476 kg fazem o 0 a 100 km/h em 8,8 segundos. Um bom tempo se compararmos, por exemplo, com os 10 segundos do Volkswagen T-Cross Sense 200 TSI.
Casa com o propulsor a transmissão automática de seis marchas. A primeira tem boa relação, mas conforme vamos subindo temos trocas menos espertas — principalmente da quarta para a quinta e da quinta para a sexta, longas até demais.
Jeep Renegade vem com motor 1.3 e tem consumo adequado
Marcus Celestino/Autoesporte
O consumo é, digamos, “ok”. O Jeep Renegade 1.3 Turbo T270 4×2 faz 11 km/l com gasolina e 7,7 km/l com etanol na cidade e 12,8 km/l (gasolina) e 9,1 km/l (etanol) na estrada. Durante nosso teste “de vida real”, sempre com “gasosa” no tanque com capacidade para 55 litros, obtivemos média de 9,6 km/l em ciclo misto.
Já o rodar, por sua vez, é agradável. A suspensão tem acerto que garante boa dirigibilidade muito em decorrência da absorção das imperfeições do solo. É inevitável a rolagem da carroceria, claro, dado o centro de gravidade pouco mais elevado. Nada, todavia, que seja um problema caso você dirija com a recomendada prudência.
O design do Renegade é tema praticamente esgotado, mas vale destaque. O típico formato de caixote e as sete barras da grade são um clássico, bem como os faróis arredondados e as lanternas quadradas. É um visual que evidencia robustez e, mesmo um tanto cansado, passa longe de fazer feio. Muito pelo contrário.
Espaço interno e equipamentos
O espaço interno do Renegade sempre foi um ponto de críticas em avaliações, então passarei rapidamente por tal tópico. Embora garanta ao condutor e mais três passageiros boa vida a bordo, o SUV não faz milagres com seus 2,57 metros de entre-eixos. Tanto que seu porta-malas tem capacidade para apenas 385 litros e, como já estamos cansados de falar, é menor que o de modelos como Hyundai Creta e Nissan Kicks.
O interior, vale frisar, também se caracteriza pela frugalidade, com forração simples e plástico em excesso, mas tem construção adequada. O ar-condicionado aqui não é digital, presente apenas a partir da opção Sport Altitude, mas isso não é um demérito.
Interior do SUV de entrada é bem construído e agrada aos olhos; falta espaço
Autoesporte
A chave nesta opção “sem nome” do Jeep Renegade é do tipo canivete. O quadro de instrumentos também é “daquele jeito”, TFT de 3,5 polegadas. No entanto, temos na versão testada central multimídia com integrações para Android Auto e Apple CarPlay sem necessidade de fio.
E é, justamente aqui, que os R$ 118.290 mencionados lá no terceiro parágrafo começam a ganhar contornos distintos. Isso porque os acessórios passam a dar as caras. A central, por exemplo, custa R$ 8.700 por meio do “pack tech”. Vêm no mesmo balaio assistentes à condução, como monitoramento de faixa e frenagem de emergência. Já a central da Mopar, com tela de 9 polegadas, sai por R$ 5.760.
Para ter sensor de estacionamento, o consumidor tem de desembolsar pelo menos R$ 1.467,84. E nem a tampa do porta-malas é item de série. Pois é. Sozinha, sai por “módicos” R$ 843,52. Quer mais? Há pack, chamado de “work I”, que vem com a tampa, estepe full size, tapetes, protetor de cárter e barra de teto. Tudo isso por R$ 12 mil. Economia e avareza desnecessárias, que se traduzem ainda na falta de iluminação dos espelhos do para-sol e na escassez de entradas do tipo USB para condutor e ocupantes.
Nem tampa do porta-malas, com capacidade para 385 litros, é item de série
Autoesporte
Mesmo assim, temos um pacote até que justo se levarmos em consideração os R$ 118 mil da configuração “peladona, nua com a mão no bolso”. Além do que já foi citado no texto, o Jeep Renegade de entrada dispõe de seis airbags, freio de estacionamento eletrônico, monitoramento da pressão dos pneus, ajuste de altura e profundidade do volante e freios a disco nas quatro rodas.
Jeep Renegade 1.3 Turbo T270 4×2: conclusão
Bom. Se você chegou até aqui, meus parabéns. É, de fato, leitor contumaz. A mesma obstinação, diria o redator, também não falta ao Jeep Renegade. O SUV completa uma década de mercado este ano, já demonstra certo cansaço, mas ainda consegue se manter de pé.
Sua versão de entrada é boa opção para quem deseja rumar para o segmento sem gastar tanto. Isso, claro, se levarmos em consideração os preços dos veículos atualmente comercializados em nosso mercado. Só tome cuidado para não se perder meio ao “quebra-cabeças de acessórios” durante o processo de compra.
Jeep Renegade 1.3 Turbo T270 4×2
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