Teste: GWM Haval H6 One tem 243 cv e faz 18 km/l; tudo isso a preço de HR-V


Quando o assunto é encurralar as fabricantes tradicionais, as marcas chinesas são imbatíveis. O GWM Haval H6 é vendido no Brasil desde 2023 com um moderno sistema híbrido plug-in (PHEV) e uma variante com conjunto híbrido paralelo (HEV) por R$ 220 mil.
É praticamente o mesmo preço do Toyota Corolla Cross XRX Hybrid, que sai por R$ 219.890. Só que a GWM encontrou uma lacuna para lançar uma versão ainda mais em conta — e agressiva — do SUV médio. É aí que entra o Haval H6 HEV One, edição limitada a 2 mil unidades que, para custar R$ 199.990, é menos equipada.
Quais equipamentos saíram de cena para que o SUV ficasse mais barato? Será que a versão limitada merece entrar de vez no catálogo? O Toyota Corolla Cross ficou menos interessante? É o que você descobrirá a seguir.
O GWM Haval HEV One perdeu a tampa do porta-malas com abertura elétrica e o teto solar panorâmico, mas ainda está bem posicionado. Tem o mesmo valor de SUVs compactos mais caros, como Nissan Kicks Platinum (R$ 199 mil), Hyundai Creta Ultimate (R$ 199.590) e Volkswagen T-Cross Extreme (até R$ 200.550 com opcionais). É daqueles carros que oferecem “mais por menos”.
Todavia, o verdadeiro objetivo do Haval H6 HEV One é fazer com que os donos do Corolla Cross cocem o queixo. Para isso, repete a estratégia do SUV japonês ao oferecer um conjunto híbrido paralelo — nesse caso, atrelado a um motor 1.5 turbo a gasolina. Combinados, os propulsores desenvolvem 243 cv de potência e 54 kgfm de torque.
Desempenho do GWM Haval H6 One é um ponto fortíssimo
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Instalado diretamente no câmbio, o motor elétrico é abastecido por uma pequena bateria de 1,6 kWh. Aqui temos a primeira vantagem sobre o rival japonês. O motor turbo faz o Haval andar mais, proporcionando bom fôlego e reatividade em arrancadas.
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Já os donos do Corolla Cross, com seus parcos 122 cv de potência, devem planejar ultrapassagens meticulosamente, pois a falta de vigor do propulsor 1.8 aspirado flex é agoniante. O reflexo desse comportamento se vê na aceleração de zero a 100 km/h: 7,9 segundos para o Haval H6 e longos 13 s para o Corolla Cross.
SUV é confortável ao volante e evoluiu desde que chegou ao Brasil em 2023
Cauê Lira/Autoesporte
O câmbio automatizado de dupla embreagem é simples e tem somente duas marchas: a primeira é mais curta, utilizada em momentos que exigem torque; a segunda tem relação mais elástica para ser acionada em trajetos rodoviários. As múltiplas variações permitem que o SUV rode somente com eletricidade em pequenas distâncias.
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O propulsor elétrico age para mitigar o esforço do motor a combustão — e também para dar a ele um descanso quando não precisa ser acionado. É perceptível o momento em que o Haval faz a transição da eletricidade para a gasolina, mas o som não chega a ser intrusivo. O motor 1.5 é comedido nas emissões sonoras e não faz a carroceria vibrar, mesmo quando usa sua energia térmica para recarregar a bateria.
Marca chinesa ainda está desenvolvendo a versão flex do motor
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Mas nem só de vantagens contra o rival vive o GWM Haval H6 de entrada. O Corolla Cross tem motor flex desde 2021; a marca chinesa, por sua vez, ainda trabalha na preparação do conjunto mecânico para também beber etanol. Isso deve ocorrer em 2026, com um modelo de produção nacional e visual atualizado.
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Segundo o Inmetro, o Haval H6 faz 14,4 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada. Dirigi em trajeto totalmente urbano e alcancei 18 km/l no computador de bordo. Já o Corolla Cross pode marcar 17,7 km/l no circuito urbano e 14,6 km/l no rodoviário.
Poucos botões, muito espaço: cabine do Haval reflete a modernidade do projeto
Murilo Góes/Autoesporte
Ao volante, sentimos que a direção poderia ser mais firme para acompanhar o bom desempenho. A sensação é de certa anestesia. Por outro lado, os chineses resolveram a questão do pedal de freio borrachudo da época do lançamento com uma modulação mais precisa.
Painel de instrumntos digital tem a melhor resolução entre os SUVs chineses
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O Haval tem boa ergonomia. O banco abraça perfeitamente as costas do motorista e o volante tem ótima empunhadura. A central multimídia de 12,3 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay não surpreende, porém responde suficientemente bem aos comandos e a resolução é adequada. Já o painel de instrumentos de 10,2 polegadas traz layout genérico. Teto solar panorâmico? Não nessa versão básica, mas o acabamento soft-touch, até nas portas traseiras, é o mesmo dos pacotes mais equipados.
Saída traseira do ar-condicionado poderia ser mais recuada
Cauê Lira/Autoesporte
Outra característica interessante do Haval, considerando esse preço, é o tamanho, que proporciona um bom espaço interno. Uma consequência infeliz de seu porte avantajado é o fato de que os sensores de estacionamento ficam sempre apitando. Aliás, toda a linguagem sonora do SUV é um tanto quanto exagerada. No entanto, o pacote de segurança é completo, incluindo um robusto pacote Adas. O porta-malas oferece ótimos 560 litros.
Mesmo sem tampa motorizada, porta-malas do Haval continua sendo um ponto forte
Cauê Lira/Autoesporte
Mesmo tendo perdido equipamentos, o GWM Haval H6 One pode ser colocado como uma excelente compra para 2025 pelo bom posicionamento de preço e pelo conjunto consistente. Os itens que o SUV deixou de oferecer são vistos por muitos motoristas como “perfumaria”.
Ficou difícil disputar com o Haval One na faixa dos R$ 200 m
Cauê Lira/Autoesporte
Inclusive, o modelo continua bem equipado por este preço — por isso, a marca chinesa estuda a possibilidade de manter essa versão definitivamente no catálogo. Se isso de fato acontecer, os rivais merecem se enfrentar em um comparativo.
Pontos positivos: desempenho, pacote de equipamentos, custo-benefício e espaço interno
Pontos negativos: ainda não é flex, e tem consumo elevado para um SUV híbrido, segundo o Inmetro
Ficha técnica: GWM Haval H6 One
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