Teste: Chevrolet Onix 2026 faz 15,8 km/l e melhora muito, mas não em tudo


De ex-carro mais vendido do Brasil a luta para superar a desconfiança gerada pela polêmica correia banhada a óleo. Essa tem sido a trajetória do Chevrolet Onix no Brasil nos últimos meses. Mas o dinamismo da indústria não permite que as empresas se acomodem e a marca americana acaba de mostrar a linha 2026 do hatch compacto.
Além de uma reestilização focada na dianteira e no interior, a Chevrolet fez mudanças na tão criticada correia, mudando no que mais precisava. Agora, a peça adota materiais mais resistentes e ficou com cinco anos de garantia. Deste modo, a marca dobra a aposta e garante que a solução é a mais adequada para o modelo.
Motor do Chevrolet Onix perdeu potência para entrar no programa do governo
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Fora isso, reduziu a potência do motor 1.0 turbo de 121 cv para 115,5 cv por uma ótima razão: enquadrar o Onix no programa Carro Sustentável do governo federal. Nos preços, a versão de entrada, com motor aspirado, é a única a custar menos de R$ 100 mil atualmente. Confira aqui a tabela completa e os equipamentos por versão.
No evento de lançamento, apenas as configurações topo de linha de Onix e Onix Plus estavam disponíveis para test-drive. Autoesporte avaliou um Onix RS, que tem apelo esportivo e custa R$ 130.190. Sob o capô, há o mesmo 1.0 turbo citado no parágrafo acima. São 115,5 cv de potência e 16,8 kgfm de torque. O câmbio é automático de seis marchas.
Para quem já conhece o hatch — como este que vos escreve, que esteve no lançamento em 2019 — as mudanças na dirigibilidade beiram o imperceptível. O Onix segue reativo e responsivo, obedecendo até leves pisadas no acelerador. Isso garante agilidade em condições urbanas sem comprometer o conforto com fortes solavancos.
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Nos números oficiais, o desempenho piorou. A aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, antes feita em 10,1 segundos, foi para 10,5 s. Mas nada como uma boa economia na hora de encher o tanque para compensar e acalmar os ânimos do motorista que vai perder a arrancada. Neste aspecto, o Onix 2026 faz bonito. O consumo melhorou em todos os cenários. Confira a tabela abaixo:
Comparativo de consumo: Onix 2025 x Onix 2026
Mais do que números frios do Inmetro, no trajeto que fizemos, de cerca de 300 km em rodovias bem asfaltadas, conseguimos média de 15,8 km/l na unidade abastecida com gasolina.
O obediente câmbio automático de seis marchas tem boas relações e ajuda nessa responsividade, mas não tira nota 10. Não há aletas no volante para trocas de marcha, algo que fica restrito a dois pequenos botões no topo da alavanca. A última posição é a “Low”, recomendada para subidas mais desafiadoras.
Câmbio automático só permite trocas na alavanca
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Sobre a ergonomia, o Onix segue muito coerente no trato com o motorista. O painel digital de 8 polegadas melhorou a visibilidade do velocímetro, mas não está disponível em todas as versões. Já a central multimídia de 11 polegadas, disponível a partir das versões intermediárias, para a nossa alegria, preservou um botão giratório fixo para intervenções mais rápidas. As novas telas deixaram o painel mais alto, característica que não interferiu na visibilidade frontal.
Painel mais alto não atrapalhou a ergonomia no Chevrolet Onix 2026
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É fácil encontrar uma boa posição para dirigir graças à empunhadura do volante com ajustes de altura e profundidade. Motoristas mais altos, como eu (1,85 m), vão sentir falta de um apoio maior para as costas na região superior do banco.
Apesar de ser a versão topo de linha, a RS tem bancos de tecido com as laterais de couro sintético. Ao contrário do Tracker RS, que tem chamativos e duvidosos bancos parcialmente vermelhos, o Onix, só as costuras são dessa cor, para o alívio de quem preza por um pouco de discrição.
Pacote de segurança ainda é ponto negativo do Chevrolet Onix RS 2026
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Também podemos considerar discreta a intervenção da Chevrolet nos itens de segurança do Onix. Aliás, tão discreta que o pacote segue sem oferecer auxílios ativos. De série, há seis airbags e alerta de ponto cego. E só. A falha beira o imperdoável quando nos referimos a um carro de R$ 130 mil. Ainda mais porque rivais , como o Hyundai HB20, já oferecem itens como frenagem automática de emergência, controlador de velocidade adaptativo e até assistente de faixa.
Em itens de conforto, o Onix RS se defende melhor com faróis de LED com acendimento automático, acesso por chave presencial, partida por botão, rodas de 16 polegadas, ar-condicionado digital, painel digital e central multimídia de 11 polegadas.
Dianteira do Chevrolet Onix foi renovada na linha 2026
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Visualmente, as mudanças trouxeram certo frescor ao Onix. Afinal, já se vão quase seis anos desde o lançamento da segunda geração. Nesta atualização de meia-vida, os modelos receberam faróis de LED nas versões mais caras, nova grade frontal e para-choque redesenhado. Além disso, há rodas e calotas redesenhadas para todas as versões.
Muito mais do que agradar pela cara nova, o Onix agora vai ter que se provar um hatch confiável para reconquistar os brasileiros. Parte da tarefa da Chevrolet vai ser conscientizar o público (principalmente frotistas) da importância do uso do óleo correto na manutenção do veículo, algo crucial para manter a integridade da correia. Se conseguir, o Onix pode escalar outra vez os rankings de venda e de preferência dos clientes no Brasil.
Ficha técnica – Onix RS 2026
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