Stellantis vai reciclar e revender peças de carro no Brasil, até de rivais


A Stellantis, dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram, e líder de mercado no Brasil, vende, obviamente, centenas de milhares de veículos novos no Brasil todos os anos. Agora, porém, também vai começar a reciclar componentes de carros usados e recolocar essas peças novamente à venda no mercado de reposição.
O grupo inaugurou nesta quinta-feira (14) em Osasco (SP) o Circular Autopeças, considerado o primeiro centro de desmontagem veicular de uma montadora na América do Sul. No local, serão desmontadas peças não apenas de modelos das marcas da Stellantis, como também de outras fabricantes. Depois, os componentes serão revendidos em um site próprio, no Mercado Livre, por WhatsApp e também no próprio galpão.
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Centro de Desmontagem Veicular da Stellantis no Brasil: motores poderão ser revendidos inteiros ou peça por peça
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O galpão vai receber veículos de teste da própria Stellantis, que originalmente seriam destruídos, além de exemplares comprados em leilões de seguradoras. Na sequência, acontece a desmontagem, higienização e preparação das peças que serão revendidas. Este é o segundo centro da fabricante no mundo capaz de fazer esse trabalho. O primeiro fica em Turim (Itália).
Entre os componentes que poderão ser recondicionados estão volantes, alavancas de câmbio e seta, radiadores, roda, faróis, lanternas, alternadores, turbinas, módulo eletrônico, eixo do diferencial e outros componentes.
Centro de Desmontagem Veicular da Stellantis fará a reciclagem de veículos da fabricante e também de concorrentes
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Todas as peças recondicionadas serão fotografadas e anunciadas em uma plataforma digital. Também há uma loja física no próprio endereço do galpão. Para criar a Circular Autopeças, foram investidos R$ 13 milhões que são parte do aporte de R$ 32 bilhões anunciado em 2024. O espaço tem capacidade de desmontar 8 mil veículos por ano, e terá 150 funcionários até 2027.
Centro de Desmontagem Veicular da Stellantis: peças são classificadas em notas de 0 a 9, de acordo com o estado de conservação
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O centro de desmontagem é uma ação pensada para melhorar a destinação dos veículos após o uso. Segundo a Stellantis, uma peça recondicionada gera até 50% menos emissões de CO2 na comparação com a compra de uma similar nova.
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Ainda de acordo com o grupo, anualmente, 2 milhões de veículos chegam ao final do ciclo de uso no Brasil. Porém, apenas 1,5% deles recebem a destinação adequada de suas peças.
Centro de Desmontagem Veicular da Stellantis: apenas peças classificadas com nota 5 para cima poderão ser revendidas
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Entretanto, só podem entrar no local e passar pela reciclagem veículos legalizados. A primeira etapa é escanear o carro para levantar seu histórico. Após o diagnóstico, todos os fluidos são retirados no processo de descontaminação. Com a manipulação liberada, há 3 boxes de desmontagem.
Na sequência, as peças são classificadas com notas de 0 a 9. Entre 0 e 4, os componentes são descartados e destinados de maneira correta por um parceiro. Acima de 5, são preparadas para venda. Os preços, claro, variam de acordo com a classificação.
Centro de Desmontagem Veicular da Stellantis: itens reciclados, como faróis, serão recolocados no mercado de reposição, para reduzir a necessidade de produção de novas peças
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É um processo parecido, embora mais simples, que o da fábrica de reciclagem automotiva da BMW nas proximidades de Munique (Alemanha), que Autoesporte visitou em setembro do ano passado.
Segundo Alexandre Aquino, vice-presidente de economia circular da Stellantis, uma peça com nota 9 é vendida, em média, por metade do preço de uma similar nova. Em nossa visita, pudemos ver que peças com notas mais altas têm estado excelente de conservação.
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Peças de segurança não podem ser reaproveitadas. Elas são para a separação de materiais e destinação por um terceiro. Já o motor pode ser revendido por peças ou completo. Vale lembrar que a reciclabilidade é um dos elementos que tornam um veículo elegível aos descontos de IPI dos programas Carros Sustentável e IPI Verde.
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