Renault e Nissan dizem que não querem divórcio, mas já estão dividindo os bens

Franceses vão vender ações da marca japonesa e ficarão com 15%, mesma fatia da Nissan na empresa europeia Após meses de negociações, Renault e Nissan chegaram a um acordo sobre uma mudança na participação dos franceses na fabricante japonesa. Um comunicado conjunto foi divulgado nesta segunda-feira (30) com alguns detalhes da operação.
Se os conselhos de administração das duas empresas aprovarem as alterações, a Renault vai se desfazer de 28,4% da participação na Nissan (que atualmente é de 43,4%), ficando com uma fatia restante de 15%. Os valores esperados pela venda das ações não foram revelados.
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Esses 28,4% seriam transferidos inicialmente para um fundo francês. O comunicado divulgado pela empresas explica que “os direitos de voto seriam “neutralizados” na maioria das decisões”. Porém, a Renault ainda seria beneficiada sobre os dividendos e receita da venda de ações até que tais ações sejam repassadas a outro comprador.
Dessa forma, a influência da marca francesa sobre a japonesa será reduzida, mas sem prejuízos financeiros à Renault. Além disso, as chamadas participações cruzadas das duas fabricantes seriam equivalentes: 15%, com a obrigação de conservar a participação, assim como estabelecer um teto às suas participações. Outra novidade é que a Nissan passa a ter poder de voto nas decisões da Renault.
Ainda no texto divulgado pelas empresas, o objetivo das mudanças é “fortalecer os laços da Aliança e maximizar a criação de valor para todas as partes interessadas”. Além da venda de ações da Nissan pela Renault, outras duas medidas foram citadas como prioritárias.
Uma delas é a criação de “projetos-chave” de alto valor agregado em regiões como Europa, América Latina e Índia. Isso seria feito por meio dos pilares mercados, veículos e tecnologias. A outra é tornar a Nissan “acionista estratégica” na Ampere, empresa de desenvolvimento de veículos elétricos da Renault.
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