Renault Boreal: 5 itens do SUV que ainda remetem a Duster, Sandero e Logan

O Renault Boreal foi lançado como a consolidação de uma nova estratégia para a marca francesa no Brasil. Por décadas, a empresa apostou em carros simples e baratos, como Sandero, Logan, Duster e Kwid, para buscar o seu espaço no mercado. Com a chegada do novo SUV médio, o objetivo é adotar um posicionamento mais sofisticado.
De fato, o Boreal é o Renault mais moderno e tecnológico já produzuido no Brasil. Atestamos isso tanto em nossa primeira avaliação do modelo quanto ao participar do processo de produção do novato, que já está sendo fabricado em São José dos Pinhais (PR), recebendo itens inéditos entre qualquer carro nacional da marca.
Embora o Boreal represente avanços claros para a Renault no Brasil, ainda incorpora características que remetem ao passado da marca. Partindo disso, Autoesporte revela cinco elos que conectam o Renault Boreal aos carros mais simples que a marca francesa lançou ao longo dos últimos 15 anos, como Duster, Logan e Sandero. Engana-se quem pensa que toda herança do passado é negativa. Acompanhe a lista:
1° – Motor do Duster
O Boreal usa o mesmo motor do Duster. É o 1.3 TCe, um turbo flex com injeção direta desenvolvido em parceria com a Mercedes. O câmbio é o mesmo do Kardian: chamado EDC, é um automatizado de dupla embreagem e seis marchas, com caixa seca e embreagens banhadas a óleo.
Este motor entrega 163 cv de potência com etanol e 156 cv com gasolina, números que o tornam ligeiramente menos potente que os rivais. Afinal, o Compass entrega 176 cv e o Corolla Cross, 175 cv, sempre com etanol. Já o torque do Boreal é de até 27,5 kgfm, igual ao do Jeep e superior ao do Toyota.
Pela primeira vez, o motor 1.3 da Renault está atrelado ao câmbio automatizado
Renato Durães/Autoesporte
Apesar do motor do Duster não ser uma novidade nem entregar números técnicos tão vistosos, funciona bem na prática em um SUV com plataforma mais moderna e leve que a dos rivais. Autoesporte levou o Boreal para a pista de testes no Rota 127 Campo de Provas, onde acelerou de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos. Na estrada, o SUV médio marcou 14 km/l de consumo com gasolina.
2° – Chave cartão
Chave cartão do Renault Boreal remete ao passado da marca
André Schaun/Autoesporte
Não foi dessa vez que a Renault mudou a chave presencial em formato de cartão. Apresentada em meados da década passada como uma inovação do sedã médio Fluence, a abordagem já não surte o efeito de outrora.
Feita de plástico, a chave presencial do Boreal tem aspecto simples e parece economizar na escolha do material. Enquanto isso, marcas chinesas têm investido pesado em abordagens mais criativas, apostando em formatos inovadores e diferenciados.
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3° – Comando satélite de mídia
Controles de mídia do Boreal estão presos à coluna de direção em um apêndice lateral
Renato Durães/Autoesporte
O Boreal também preserva o veterano comando satélite para o controle de mídia acoplado à coluna de direção. É um clássico presente em diversos Renault nacionais há anos.
Também é possível controlar as funções de mídia pela central de 10,1 polegadas
Renato Durães/Autoesporte
Há quem goste e quem se incomode com a solução, mas o fato é que outras marcas já incorporaram todos os botões ao volante multifuncional ou mesmo à parte de trás do aro, em posições mais ergonômicas. É o caso, por exemplo, dos SUVs da Jeep.
4° – Suspensão traseira por eixo de torção
Enquanto vários SUVs médios adotam suspensão traseira multilink, o Boreal insiste no arranjo por eixo de torção
Renato Durães/Autoesporte
Outra herança do passado da Renault que marca presença no Boreal é a suspensão traseira por eixo de torção. É o mesmo arranjo de SUVs como o Duster e até o Captur, que saiu de linha em 2023. O único carro da Renault com suspensão multilink é a picape Oroch, por conta da tração 4×4.
Oferecer suspensão por eixo de torção tem se tornado uma solução cada vez mais comum em SUVs médios, muito por conta do sucesso do Toyota Corolla Cross. Ainda assim, vários modelos continuam a adotar a arquitetura multilink no Brasil. É o caso de Compass, Caoa Chery Tiggo 7, Mitsubishi Eclipse Cross e Volkswagen Taos, entre outros.
5° – Bom espaço interno
Ampla cabine do SUV proporciona bom espaço interno para os ocupantes traseiros
Renato Durães/Autoesporte
Quem disse que os elos com o passado são sempre negativos? Os carros da Renault são reconhecidos pelo amplo espaço interno desde meados da década passada — e com o Boreal não seria diferente.
O SUV médio tem 4,56 metros de comprimento — é 10 centímetros maior que o Corolla Cross e 16 cm maior que o Compass. O entre-eixos é de 2,70 m, vantagem de 6 cm em relação aos rivais, que têm exatamente a mesma medida, 2,64 m. Há muito espaço para os joelhos dos ocupantes traseiros, que ainda viajam “fresquinhos” graças à saída de ar-condicionado.
Porta-malas superar Corolla Cross e Compass no volume
Renato Durães/Autoesporte
O porta-malas do Boreal, com 522 litros de capacidade no padrão VDA, também se destaca. Para efeito de comparação, são 440 l no Corolla Cross e 410 l no Compass. Estes são os elos — não necessariamente negativos — que conectam o novo SUV da Renault ao passado da marca.
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