Realidade aumentada é primordial para melhorar segurança de motorista e passageiros

Recurso ajuda a evitar erros no caminho e pode até distrair crianças em viagens mais longas Talvez você nem fosse nascido quando “Minority Report – A Nova Lei” estreou nos cinemas em 2002. De toda forma, a cena na qual o personagem de Tom Cruise navegava por vários menus em uma tela virtual deixou muita gente impressionada. O que parecia apenas coisa de filme de ficção científica se materializou graças à realidade aumentada, tecnologia que insere elementos virtuais em ambientes reais registrados por meio de câmeras. No mundo dos carros, ela exerce um papel bem importante.
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Vire à esquerda
Realidade aumentada projeta gráficos no para-brisa para ajudar na condução
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No mundo dos carros, a aplicação mais comum é na tela da central multimídia. O sistema de navegação por satélite informa as coordenadas por meio de setas que indicam por onde o motorista deve ir, evitando que o condutor pegue a saída errada ou se perca diante de uma bifurcação.
A tecnologia também complementa a atuação dos assistentes de condução. Quando o alerta de colisão entra em ação, por exemplo, a realidade aumentada é capaz de projetar gráficos para mostrar ao condutor que é preciso tomar uma atitude para evitar o acidente.
Não é por acaso que a sensação é de estar jogando videogame. A Nvidia, uma das maiores fabricantes de placas de vídeo do planeta, é quem fornece os processadores que equipam os carros da BMW. Só que de nada adianta ter um visual de encher os olhos se o sistema não funcionar da forma adequada.
“É preciso ter processadores mais rápidos e câmeras de alta definição para que a imagem seja projetada em tempo real e da forma mais fiel possível. Com esses recursos, nossos parceiros puderam trabalhar no desenvolvimento em camadas para projetar setas e avisos na tela do carro”, afirma Emílio Paganoni, gerente sênior de treinamento da BMW.
Errar é impossível
BMW iX foi o primeiro carro da marca alemã no Brasil com a tecnologia
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Dentro da marca alemã, essa tecnologia estreou no iX e já está presente em outros modelos da BMW, como o i4 e o novo X1, que acaba de chegar ao Brasil. Futuramente, todos os veículos equipados com o sistema operacional ID8 (como o Série 3 produzido aqui) poderão receber o recurso por meio de atualizações over-the-air. Para Paganoni, isso é apenas o começo.
“Podemos aplicar a realidade aumentada em um head up display, por exemplo. Hoje essa função indica a presença de um pedestre ou veículo, mas imagine uma tela grande que projeta as imagens em todo o pára-brisa em tempo real para mostrar por onde você está navegando.”
Audi Q4 e-tron, que deve estrar no país em breve, também projeta informações no vidro
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É o que já faz a conterrânea (e arquirrival) Audi no Q4 e-tron, que pode chegar ao Brasil ainda em 2023. O SUV elétrico é capaz de projetar as coordenadas do GPS e outras informações bem diante dos olhos do motorista. O sistema é atualizado em tempo real com uma precisão de 10 metros adiante do veículo.
A tecnologia também está presente fora dos carros. Nas aulas de treinamento ministradas na Academia BMW, localizada dentro de uma unidade do Senai em São Paulo, os técnicos da rede de concessionárias podem visualizar peças digitalizadas e os processos de montagem e desmontagem de equipamentos e circuitos na tela de um tablet. Assim, os conceitos e procedimentos utilizados pelos colaboradores podem ser aprendidos de forma mais rápida e interativa.
Seduzindo os jovens
Jovens poderão se interessar por dirigir carros como se fosse um videogame
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Além da realidade aumentada, as montadoras também recorrem cada vez mais à gamificação. Trata-se da aplicação de mecanismos e dinâmicas típicas dos jogos para educar e motivar os usuários de forma lúdica.
Um exemplo dessa metodologia presente em alguns modelos está no sistema de pontuação aplicado à condução do motorista. Fatores como aceleração, frenagem e trocas de marcha são analisados para determinar se o condutor está guiando de forma mais econômica ou não.
Entretanto, a gamificação tem aplicações muito mais abrangentes, como na interface do sistema de entretenimento a bordo e até nas funcionalidades que utilizam realidade aumentada. Esses conceitos, inclusive, serão bastante comuns nos veículos do futuro — e por uma causa bastante nobre.
“A indústria precisa se transformar porque os jovens não têm o mesmo desejo de ter um automóvel. Essas novidades podem manter esse padrão de compra junto às novas gerações”, conclui diz Márcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da Nvidia para América Latina.
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