Primeiro Volkswagen Gol tem base de Polo, motor de Fusca e inspirou o Tera

Modelo faz 45 anos em 2025 e pavimentou o caminho para que o hatch se tornasse o carro mais bem-sucedido da indústria brasileira; missão agora é do Tera O ano é 1975. Após o sucesso do lançamento do Polo europeu, Rudolf Leiding, presidente global da Volkswagen, voltou suas atenções ao Brasil, onde o mercado de carros compactos vivia um período de ebulição graças à chegada dos novos Fiat 147 e Chevrolet Chevette. O Fusca vendia bem, mas já era visto como um modelo ultrapassado. Então, o executivo deu “ok” para que o Brasil desenvolvesse um carro do zero: o Gol.
Avançamos para maio de 1980, em Taubaté (SP). Depois de meia década de idealização, inúmeros protótipos, conflitos com a matriz alemã e mudanças no projeto, as primeiras unidades do Gol saíram da fábrica. Talvez o conhecimento atual do que esse hatch veio a se tornar não deixe evidente sua importante responsabilidade em substituir o Fusca. Hoje, 45 anos depois, tal missão foi confiada ao Tera — e a marca ambiciosamente diz que o SUV tem potencial para repetir o sucesso do Gol.
Primeiras unidades do Gol saíram da fábrica de Taubaté (SP) em 1980
Renato Durães/Autoesporte
O primeiro Gol chegou às lojas com uma proposta simples. Era o novo carro de volume da Volkswagen e mirava o sucesso no Brasil e na América Latina. Porém, excedendo as expectativas, o hatch brasileiro também viajou centenas de milhares de quilômetros até desembarcar em regiões como África e Oriente Médio. Até o governo da Nova Zelândia se interessou pelo modelo, como já contamos por aqui.
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Mesmo nessa versão de entrada, nomeada simplesmente como “L”, o Gol entrega mais do que apenas o seu indiscutível charme de época. Há um friso cromado cortando a carroceria de cabo a rabo, como uma demarcação horizontal em sua silhueta. Por dentro, o rádio AM/FM era algo incomum nos carros básicos da época. A nostalgia toma conta.
Lobo de Wolfsburg estampava o volante do Gol em 1980
Renato Durães/Autoesporte
Outro ponto que considero muito interessante nesse carro é sua ergonomia em geral. O volante traz o famoso lobo de Wolfsburg ao centro. Porém, a peça é grande e atrapalha a entrada de motoristas mais avantajados. Com algum contorcionismo, até dá para ficar confortável.
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Nessa unidade, exposta na Garagem Volkswagen, os bancos claramente passaram por restauração pelas condições da espuma e do revestimento, e ainda abraçam bem as costas do condutor.
Volkswagen Gol L 1980 tinha câmbio manual de quatro marchas
Renato Durães/Autoesporte
Primeiro Volkswagen Gol era baseado no Polo
Era um carrinho simples, de carroceria compacta (baseada no Polo europeu) e com motor dianteiro refrigerado a ar, como era comum nos carros da Volkswagen na época (que já se tornavam obsoletos).
Seu propulsor 1.300 a gasolina era o mesmo do Fusca, mas montado na dianteira, onde também estavam as rodas motrizes. Rendia 47 cv de potência e 9,8 kgfm de torque, com câmbio manual de quatro marchas, e produzia o característico som que logo se tornou um apelido, batedeira. Em mais uma visita à Garagem Volkswagen, Autoesporte dirigiu a versão de 1980 para matar a saudade e, claro, celebrar seus 45 anos de história.
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Volkswagen Gol L 1980 – “Tec, tec, tec”: a onomatopeia explica o característico som do Gol batedeira
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Os engates do câmbio são curtos, macios e precisos. E o torque, principalmente em baixas rotações, surpreende até os motoristas de hoje em dia. Um deleite para fãs de carros antigos. Já a suspensão, robusta como a época pedia, tem o curso encurtado, o que faz a carroceria oscilar no asfalto mais ondulado das alamedas da fábrica Anchieta. Mas a parca potência era um problema naqueles tempos. Não demorou até que o Gol surgisse em versões mais potentes e também na configuração movida a álcool.
Funcional, econômico e versátil, o Gol ganhou o coração dos brasileiros. A partir de 1987, já reestilizado, assumiu a liderança do mercado com uma hegemonia que durou 27 anos. Poucos carros no mundo podem se gabar de tal feito.
O Gol é tão icônico que nunca deixou nossa memória afetiva. Quase cinco décadas depois, continua nos corações de quem vê o automóvel como algo além de montes de ferro, alumínio e borracha. Algo que, ao mesmo tempo que serve como instrumento de trabalho, é o carro da família para milhões de brasileiros.
Volkswagen Gol L 1980
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