Motor Fire que equipou Palio, Uno e outros Fiat sai de linha após 40 anos

Após quatro décadas, motor Fire deixa de ser produzido em Betim (MG); unidade foi lançada na Europa em 1985 A indústria brasileira se despede de um dos motores mais longevos de sua história: o Fire, desenvolvido pela Fiat. Há exatamente quatro décadas, em 1985, o primeiro carro deixou a fábrica na Itália com a mecânica que equiparia milhões de veículos globalmente nos anos seguintes. Agora, em decorrência das novas regras de emissões do Brasil, sua produção foi encerrada em Betim (MG).
O início da oitava fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve L8) forçou atualizações até para motores modernos. No caso da Stellantis, a dona da Fiat, foi declarado o fim da linha de propulsores aspirados que equipou Uno, Palio, Siena e Mobi. Nesse tempo, existiram unidades 1.0 e 1.4. Ambas deixaram de serem produzidas.
A história do motor Fire
Fato interessante é que “Fire” é uma sigla, e não um nome genérico para batizá-lo. A palavra significa Fully Integrated Robotised Engine (“Motor de Integração Totalmente Robotizado”). O primeiro modelo a equipá-lo na Europa foi o Lancia Y10, em 1985.
Ele demorou para chegar ao Brasil. Por aqui, a Fiat utilizava o antigo motor da família Fiasa que também durou muito tempo em nosso mercado. Até o moderno Palio, lançado em 1997, chegou a equipá-lo. Mas a necessidade de adotar uma unidade mais tecnológica era iminente.
Fiat Palio foi lançado com motores Fiasa, mas Fire chegou anos depois
Divulgação
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Foi então que, em fevereiro de 2000, o primeiro Palio deixou a linha de produção de Betim com o motor Fire 1.3 de 16 válvulas. No ano seguinte, chegou a versão 1.0 que durou tanto tempo no mercado — mais especificamente 24 anos, entre 2001 e 2025. Este último tinha configurações de 8 e 16 válvulas.
A década de 2000 foi determinante para a evolução do motor Fire: passou a ser flex em 2003; abandonou o cabeçote com 16 válvulas e a antiga versão 1.3 passou a ser considerada 1.4. Indo além, passou a ter variação de fases para ajustar o sincronismo entre o virabrequim e as válvulas.
O motor Fire caiu nas graças de quem procurava um carro prático, econômico e barato. Tanto que, a partir da metade de seu ciclo, esteve no cofre de modelos voltados ao trabalho, como compacto Uno — preferencialmente com uma escada no teto— e o furgão Fiorino.
Fiat Fiorino foi o último modelo a sair de fábrica com a versão 1.4 do motor Fire
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Com o estreitamento das regras de emissões, a Stellantis precisou “espremer” ao máximo o longevo motor Fire. Em 2021, foram feitas mudanças no sistema de injeção eletrônica, catalisador, recirculação de gases de escape e a troca de componentes internos. Com a chegada da oitava fase do Proconve, ele não resistiu. Foram 25 anos em linha no Brasil e 40 sendo produzido globalmente.
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