Manter um carro híbrido é mais caro; entenda as diferenças de custo

Conjuntos híbridos, combinando motor a combustão e sistemas elétricos, podem impactar os custos de manutenção, mas também trazer vantagens Os carros híbridos combinam motores a combustão e elétricos para oferecer maior eficiência e menor consumo de combustível. Apesar da promessa de economia, essa tecnologia mais avançada pode impactar os custos de manutenção do veículo.
Levantamos os preços de revisão e de componentes importantes, como a bateria, para entender onde se ganha e onde se perde ao deixar um híbrido na oficina.
O professor Marcelo Cunha, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), explica que, em comparação com os veículos convencionais, “a tendência é que sejam custos maiores, uma vez que há mais componentes e sistemas num veículo híbrido do que em um convencional”.
Ford Maverick Hybrid é única picape na lista de veículos híbridos que Autoesporte consultou preços de reviões e manutenção
André Schaun/Autoesporte
No entanto, nossa pesquisa de valores com alguns modelos com versões híbridas e somente a combustão mostrou pouca diferença. Confira no texto abaixo:
Vale a pena?
Manter um carro híbrido – sem considerar os gastos com combustível – pode custar pouco mais do que um modelo convencional. Claro, porém, que há compensações, como menor desgaste de freios, devido às frenagens regenerativas proporcionadas pelo conjunto elétrico, e economia de combustível.
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Para quem pretende investir em um híbrido, é essencial conhecer as especificidades da manutenção e seguir o plano recomendado pela fabricante para garantir a durabilidade dos componentes.
Consultamos os valores, itens inspecionados e substituídos, além do valor da troca da bateria para os modelos Toyota Corolla Cross, Jeep Compass, Ford Maverick e CAOA Chery Tiggo 8 Pro, a fim de verificar o que muda nos pacotes de manutenção dos veículos.
Toyota Corolla Cross
Para o SUV da Toyota, o Corolla Cross, o pacote das seis primeiras revisões do híbrido é R$ 177,60 mais caro que o do modelo a combustão. Na lista de itens substituídos e verificados não há alterações, exceto pela limpeza do filtro de ar da bateria do híbrido, que não representa elevação no valor do serviço.
O ponto crítico é o conjunto de baterias. Se houver necessidade de substituição, custa cerca de R$ 18 mil, sem a mão de obra. A garantia para o modelo é de dez anos e de oito anos para o componente híbrido, desde que respeitados todos os intervalos de manutenções e realizados em concessionária.
Comparação entre os preços das revisões do Toyota Corolla Cross híbrido e a combustão
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Jeep Compass
Comparando o Jeep Compass Limited T270 e a versão híbrida 4XE, ambas com motor 1.3 turbo, a diferença do pacote das seis primeiras revisões é de R$ 808 a mais para a versão híbrida. No entanto, o intervalo entre as revisões é maior na 4xe (a cada 15 mil km), o que faz com que os seis serviços cubram 90 mil km, contra 72 mil da à combustão.
Os itens substituídos são os mesmos, mas as conexões de recarregamento são verificadas na versão híbrida, que é plug-in. O custo da substituição da bateria de 48 Volts fica na casa dos R$ 70 mil, de acordo com consulta a algumas concessionárias da marca.
A Jeep passou a oferecer cinco anos de garantia na linha 2025, com modelos vendidos a partir de 2022 também sendo contemplados no programa de ampliação.
Comparação entre os preços das revisões do Jeep Compass 4xe e Limited T270
Ford Maverick
No caso da picape Ford Maverick, o pacote das quatro primeiras revisões é R$ 233 mais barato na versão híbrida. O grande diferencial entre os itens e valores é a substituição do filtro de combustível na terceira revisão do modelo somente com motor térmico.
A diferença de valor do terceiro serviço é de R$ 1.444 na híbrida contra R$ 2.549 na convencional. A troca da bateria custa cerca de R$ 35 mil e a garantia total do veículo é de três anos.
Comparação entre os preços das revisões da Ford Maverick híbrida e a combustão
Caoa Chery Tiggo 8 Pro
O último veículo que verificamos a comparação é o Tiggo 8 PRO, SUV de 7 lugares da CAOA Chery. As 6 primeiras revisões da versão PHEV, plug-in híbrida, custa R$ 636 a mais que a versão convencional. A disparidade, no entanto, se dá pelo custo elevado da quarta revisão do modelo híbrido, R$ 3.232,70, contra R$ 887,49 do modelo sem auxílio de motor elétrico.
Nesta revisão também está a única diferença no pacote de itens verificados e substituído, com a versão híbrida trocando o fluído da direção elétrica, além do anel de vedação do componente. Descartando esse serviço, o pacote da versão híbrida ficaria R$ 1.709 mais barato. Importante mencionar que o conjunto elétrico de motores e baterias tem garantia de fábrica de 8 anos.
Comparação entre os preços das revisões do Caoa Chery Tiggo 8 PHEV e Pro
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Bateria e sistema elétrico: durabilidade e revisões
Um dos principais pontos de atenção em um híbrido é a bateria. Mas sua vida útil pode variar bastante. Segundo Cunha, “é difícil prever a vida útil média das baterias, pois depende da configuração do veículo, tecnologia da bateria e do uso que se faz do veículo”.
Por isso, ele recomenda verificar a garantia oferecida por cada fabricante, já que esse período pode indicar uma estimativa de durabilidade.
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Além da bateria, os híbridos exigem manutenção no sistema elétrico, que deve passar por revisões periódicas. “A manutenção não consiste apenas de ações corretivas, mas também de revisões e testes periódicos para avaliação do estado dos componentes do sistema elétrico”, afirma o especialista.
Freios e revisões: vantagens e particularidades
Frenagem regenerativa, que gera autonomia em veículos híbridos, reduz desgaste das pastilhas e discos
Autoesporte
A presença do sistema de frenagem regenerativa é um ponto positivo, pois reduz o desgaste das pastilhas e discos de freio. “Pelo uso do sistema regenerativo, há menor desgaste dos elementos de atrito dos freios”, explica o professor da Poli-USP. Isso significa que as trocas desses componentes podem ser menos frequentes do que em um carro convencional.
Já a frequência das revisões programadas tende a seguir o padrão dos veículos a combustão. “Os planos de manutenção, principalmente para os veículos mais recentes, costumam ser semelhantes aos dos veículos convencionais, com revisões a cada 10 mil km ou com periodicidade anual”, destaca o professor.
Híbridos convencionais vs híbridos plug-in
Carros com sistema híbbrido plug-in possuem recarga externa, e por isso, oferecem autonomia maior do que veículos híbridos plenos
Reprodução
Outro fator que pode influenciar nos custos de manutenção é o tipo de híbrido. No caso dos modelos plug-in, que podem rodar longos períodos no modo elétrico, o motor a combustão pode ter um desgaste menor.
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“Dependendo do uso, o híbrido plug-in pode funcionar majoritariamente como veículo elétrico, sendo o motor de combustão interna acionado em poucas situações e por períodos breves”, explica o professor Marcelo Cunha.
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