Linha do tempo: Fiat Argo enfrentou até SUVs e nunca saiu do top 10

Hatch nunca teve grandes mudanças no visual, mas isso não o impediu de chegar às quase 500 mil unidades emplacadas O Fiat Argo, foi lançado em maio de 2017 com uma dura missão: o hatch compacto deveria, de uma só vez, suceder os veteranos Palio e Punto. Dizer se o modelo foi bem sucedido nessa tarefa é subjetivo. Mas os números de vendas são positivos. Até o final de 2023, mais de 450 mil unidades haviam sido emplacadas. A produção, considerando que há exportações, alcançou meio milhão de exemplares em novembro de 2023.
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Além da versatilidade de substituir dois hatches de uma só vez, o Argo também aproveitou uma série de componentes de outros carros da Fiat. Sua plataforma – herdada do Tipo europeu e do Renegade – ainda serviu de base ou de inspiração para outros modelos. Cronos, Pulse e Fastback são três exemplos.
Fiat Argo foi desenvolvido em plataforma herdada do Fiat Tipo e Jeep Renegade
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E o nome?
Até o início de abril de 2017, o Fiat Argo era tratado pelo código de projeto, “X6H”. Isso mudou no final daquele mês, quando o hatch circulou ainda camuflado por São Paulo, com a campanha “#DescubraArgo” estampada em todos os lados do carro. A campanha de marketing havia conseguido uma verdadeira vitrine em forma de desfile.
Mas por que o nome “Argo”? Segundo a Fiat, o nome Argo remete ao mito grego de Jasão e os Argonautas, que, sob a orientação da deusa Atenas, seguiram em uma missão perigosa. A embarcação usada por eles recebeu o nome de Argo, em homenagem ao jovem Argos, que a construiu. Depois de cumprida a missão, o veículo foi consagrado ao deus Poseidon e se transformou na Constelação de Argo.
Segundo a fabricante, nome do modelo foi escolhido em alusão ao mito grego de Jasão e Argonautas
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Sucesso imediato?
Atingir a aceitação do público não seria nada fácil, uma vez que o Palio acumulou duas décadas de existência, enquanto o Punto ocupou uma lacuna importante na parte mais alta do segmento, ainda que sem o mesmo sucesso do “irmão menor”.
Outro ponto desfavorável ao que seria o futuro desempenho do Argo era o fato de que o consumidor estava no início da migração dos hatches para os SUVs.
Em junho de 2017, a Fiat lançou o Argo em sete versões, já como linha 2018:
Drive 1.0 (R$ 46.800);
Drive 1.3 (R$ 53.900);
Drive 1.3 automatizado (R$ 58.900);
Precision 1.8 (R$ 61.800);
Precision 1.8 automático (R$ 67.800);
HGT (R$ 64.600);
HGT automático (R$ 70.600);
Opening Edition Mopar (limitada a 100 unidades por R$ 75.200)
Em 2017, a versão de entrada do Argo era a Drive 1.0
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De série, todas as versões traziam fixação Isofix, repetidores de seta nos retrovisores e Start&Stop. O acabamento usava materiais mais refinados do que os plásticos rígidos comuns da maioria dos concorrentes da época. Vinha com texturas bem desenvolvidas e painel de duas cores em todas as versões.
Na cabine, uma boa surpresa era a tela de 7 polegadas sensível ao toque. A Fiat estava atrasada no quesito conectividade, mas com a novidade passou a chegar com a melhor central da categoria, que incluía espelhamento para smartphones Apple e Android.
Outra sacada foi uma 2ª porta USB para os passageiros de trás carregarem ou espelharem o telefone na tela (de série a partir da versão Drive 1.3). O espaço interno era superior ao de Palio e Punto.
Maior surpresa da cabine é a central multimídia touchscreen de 7 polegadas
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Para brigar com os mais populares e também com os considerados “premium”, tinha três opções de motores e três de câmbio. O 1.0 de 3 cilindros Firefly desenvolvia 77 cv e 10,9 kgfm (etanol), sempre aliado à transmissão manual de 5 marchas.
O 1.3 Firefly, por sua vez, tinha 109 cv e 14,2 kgfm de torque. Ele podia receber a caixa manual ou a automatizada GSR (ex-Dualogic), ambas de 5 marchas. Já o motor 1.8 EtorQ, com 139 cv e 19,3 kgfm de torque, podia ser “casado” com uma transmissão manual de 5 velocidades ou com um câmbio automático de 6 marchas (o mesmo usado na Toro, na época).
Trajetória até os dias de hoje
Nesses quase sete anos, o Argo não conseguiu se aproximar do Palio nos rankings de venda. Mas tampouco podemos dizer que o hatch fracassou em nosso mercado. Prova disso é que ele sempre fez parte dos 10 automóveis mais emplacados, de forma consecutiva, em todos os anos desde 2017.
Atualmente o Argo é vendido em mais 10 países da América Latina, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai.
Confira a tabela com o desempenho de vendas do Argo desde o lançamento:
Vendas do Fiat Argo
De 2017 para cá, houve um facelift e mudanças consideráveis nas versões e nos conjuntos mecânicos. Em dezembro de 2021, a Fiat precisou eliminar o motor flex aspirado 1.8 E.torQ em razão das novas exigências de emissões de poluentes do programa Proconve L7.
Com isso os modelos passaram a ter apenas configurações mais básicas e sempre com câmbio manual de cinco marchas, tanto no motor 1.0, quanto 1.3 FireFly. Quando isso ocorreu, um facelift precisava chegar para manter o apelo do Argo em alta. Com isso, em 2022, um novo para-choque e uma nova grade dianteira foram equipados, já no modelo 2023.
Em meados de 2022, Argo passou por reestilização para acompanhar o modelo 2023
Demetrios Cardozo/Autoesporte
O para-choque dianteiro adotou vincos mais pronunciados nas laterais. Enquanto a região inferior recebeu nova moldura para os faróis de neblina e nova textura na grade inferior. Já a grade superior também passou por atualizações com um novo elemento que se estende até os faróis. O conjunto óptico, por outro lado, não mudou.
Na lateral, mudou apenas as novas rodas de liga-leve, visto que até mesmo as calotas continuaram iguais, com exceção da versão Drive, que ganhou um novo desenho para elas.
Argo passou por uma reestilização em meados de 2022; a cor vermelho Montecarlo adiciona R$ 990 à conta do hatch
Demetrios Cardozo
Já na traseira, a única versão que trouxe mudanças foi a Trekking (modelo aventureiro lançado pela primeira vez em abril de 2019), que, com o facelift, passou a ostentar novos detalhes na região inferior do para-choque, mas perdeu a saída de escapamento exposta. Para essa configuração, vieram, ainda, novos desenhos dos adesivos.
E teve, ainda, mais uma versão diferenciada. Uma delas foi a 1.0 Seleção, em 2019, mas já como modelo 2020. Veio para homenagear a seleção brasileira de futebol e foi anunciada durante a Copa América de 2019. Custava R$ 56.680 e era limitada a 1500 unidades. Era baseada na Drive 1.0 e vinha nas cores amarelo, azul, dois tons de branco, cinza e preto.
Chamada de Seleção, versão homenageia seleção brasileira de futebol e foi lançada durante a Copa América 2019
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Argo 2024
Atualmente, já na linha 2024, o compacto da Fiat deixou de oferecer a versão intermediária S-Design (que tinha alguns diferenciais estéticos) e ficou com cinco opções em seu portfólio. São elas:
1.0 (R$ 83.490);
Drive 1.0 (R$ 86.490);
Drive 1.3 CVT (R$ 95.490);
Trekking 1.3 MT (R$ 93.990);
Trekking 1.3 CVT (R$ 99.990)
Nas versões 1.0 e 1.0 Drive, o hatch traz o motor 1.0 Firefly com 71 cv e 10 kgfm com gasolina. Com etanol, a potência passa a ser de 75 cv e 10,7 kgfm. O câmbio é o manual de cinco marchas.
Os Fiat Argo Drive e Trekking têm o mesmo motor 1.3 Firefly com 98 cv e 13,2 kgfm (gasolina). Com etanol, a potência é de 107 cv e 13,4 kgfm. Na versão Drive, o motor é ligado só ao câmbio CVT, enquanto na aventureira Trekking ele pode ser ligado aos câmbios manual ou automático CVT.
Fiat Argo Trekking é a versão aventureira do modelo, lançada em 2019
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Com a virada do ano, uma nova regulamentação para itens de segurança obrigou que a fabricante de origem italiana equipasse, no Argo, controle de estabilidade (ESC), luzes repetidoras laterais no retrovisor, luzes diurnas de condução (DRL), aviso de frenagem de emergência (ESS) e aviso de não afivelamento dos cintos de segurança. Anteriormente, esses equipamentos estavam disponíveis apenas como opcionais.
Portanto, além dos itens citados, o Argo 2024 traz os seguintes equipamentos:
Versão 1.0
Alarme antifurto, ar-condicionado, chave canivete com telecomando (abertura e fechamento das portas e vidros elétricos), computador de bordo, desembaçador do vidro traseiro, direção elétrica, fixação Isofix, rodas de aço de 14 polegadas com calotas integrais, travas elétricas nas portas e porta malas, vidros elétricos dianteiros com one touch e volante com regulagem de altura.
Versão Drive 1.0
Vem com todos os equipamentos da 1.0 mais banco do motorista com regulagem de altura, banco do passageiro com bolsa porta objetos no encosto, central multimídia de 7 polegadas com Android Auto e Apple Carplay, duas entradas USB, volante com comandos de rádio e telefone, iluminação do porta-luvas e do porta-malas, maçanetas e retrovisores externos na cor do veículo, rodas de aço de 15 polegadas com calotas integrais e monitoramento de pressão dos pneus.
Versões Trekking 1.3 e Drive 1.3
Vem com todos os equipamentos da versão anterior, mais alças de apoio nas laterais do teto, faróis de neblina, DRL de LED, vidros elétricos traseiros, retrovisores externos elétricos com função de rebatimento automático ao acionar a ré e sensor de estacionamento traseiro.
Na Trekking, há moldura plástica nas caixas de roda, pintura bicolor, barras de teto, suspensão elevada e rodas de liga leve de 15 polegadas com pneus de uso misto.
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