Latin NCAP tem novas regras de segurança e quer até bafômetro no carro


O Latin NCAP, órgão independente que avalia o nível de segurança dos carros de passeio vendidos na América do Sul, terá regras mais rigorosas com as fabricantes nos testes realizados a partir de 2026. Será mais difícil para veículos vendidos na região atingirem a qualificação máxima de cinco estrelas. Até a adoção de conectores para a instalação de bafômetro podem melhorar a nota.
Os novos critérios valem a partir de 1° de janeiro de 2026. O principal tópico é o teste de impacto, que avalia a rigidez estrutural do projeto e passará a exigir maior nível de proteção. Já o pacote de assistências ativas de segurança, também conhecido como Adas, terá papel ainda mais fundamental na obtenção da pontuação máxima.
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Indo além, a média da nota vai subir ano a ano até 2029, o que dificultará a obtenção (e até a manutenção) das cinco estrelas. Os dummies — os bonecos que simulam o corpo humano — foram trocados por modelos mais avançados e tecnológicos. De tal forma, o órgão aperfeiçoou suas métricas de medidas de impacto.
O que muda em 2026
Saiba o que muda na avaliação do Latin NCAP
Reprodução/Latin NCAP
Com a atualização do protocolo, o Latin NCAP divulgou a nova tabela de avaliação para proteção de adultos, crianças, pedestres e assistências de segurança.
Impacto frontal: sem mudanças para adultos, mas usa dummies mais avançados (com assento de elevação) para simulação de crianças;
Impacto lateral: maior velocidade e peso de colisão (60 km/h e 1.400 kg);
Impacto em poste: maior velocidade e novo ângulo de impacto de 75°;
Whiplash (chicote): será avaliada a segurança de passageiros adultos no banco traseiro, bem como a integridade estrutural do veículo;
Folha de resgate: teste de sistemas como liberação do cinto de segurança, abertura da porta, sistema de chamada de emergência e segurança pós-colisão de carros elétricos e híbridos;
Teste de evasão (teste do alce): agora é realizado a 60, 65 e 70 km/h;
Sensor de permanência em faixa: nota maior para carros que façam a manutenção automática;
Sensor de frenagem de emergência: serão realizados testes noturnos e a avaliação combina a média dos resultados urbanos e rodoviários;
Controlador de velocidade: maior pontuação para carros com alerta de velocidade;
Detector de ponto cego: critérios de distância entre os veículos passam a ser os mesmos do EuroNCAP;
Conector para sensor de álcool: carros com predisposição a receberem medidores de álcool, que detectam um motorista embriagado, serão favorecidos, por mais que este item ainda não seja obrigatório.
Outra novidade é que, para conceder cinco estrelas a partir de 2028, o órgão irá exigir que um carro de passeio tenha, impreterivelmente, os seguintes equipamentos como itens de série: controle eletrônico de estabilidade (ESC), aviso de cinto de segurança (SBR), sensor de ponto cego (BSD) e assistente automático de velocidade (ACC).
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Algumas regras novas do Latin NCAP passam a valer apenas em 2028
Reprodução/Latin NCAP
A partir de 2028, para melhorar a pontuação, a fabricante deverá disponibilizar mais equipamentos de segurança de acordo com o volume total das vendas. A frenagem autônoma de emergência, por exemplo, deverá estar presente em 70% dos carros vendidos na região.
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Recursos como sistema de manutenção e permanência em faixa, assistente de velocidade, monitoramento de atenção do motorista e sistema de chamadas de emergência deverão ser mais presentes no total de vendas de um carro para garantir cinco estrelas a partir de 2028.
Latin NCAP quer ser obrigatório
O Latin NCAP é um órgão independente, sem caráter regulatório na região. O corpo de diretores é formado por engenheiros que nunca trabalharam na indústria automotiva. Por não ter vinculação com entidades governamentais responsáveis pela homologação dos veículos, as fabricantes não precisam atender aos regulamentos do Latin NCAP.
Latin NCAP quer ser parceiro de governos na homologação de carros
Reprodução
No entanto, todos os veículos vendidos no Brasil (ou em qualquer país do mundo) deve seguir normas de segurança definidas por cada mercado. O objetivo do Latin NCAP é ser uma espécie de braço independente com atuação ligada aos governos para regulamentar a segurança em novos modelos.
Alejandro Furas, secretário geral do Latin NCAP, comparou a rotulagem de segurança automotiva com a da indústria de alimentos, em que as empresas devem descrever se um produto é alto em sódio ou açúcar.
O Latin NCAP, que hoje é financiado por fundos e ONGs internacionais, busca parcerias com governos para viabilizar o projeto. Existem negociações em andamento com as principais autoridades de trânsito latino-americanas no Brasil, Argentina e Uruguai.
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