Jeep Compass 4xe some das lojas para ter versão híbrida mais barata

SUV plug-in vendeu menos de 80 unidades em 2024; versão híbrida leve nacional será lançada ainda este ano Lançado quase três anos atrás com pompas de ser o primeiro carro eletrificado da Jeep no Brasil, o Compass 4xe desapareceu timidamente das lojas após emplacar apenas 77 unidades em todo o ano de 2024, segundo informações da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Procurada por Autoesporte, a Stellantis, dona da Jeep, disse que o modelo não saiu de linha, mas confirmou que os estoques estão zerados.
A empresa disse ainda que novas unidades vão chegar, mas não detalhou quando o próximo lote importado da Itália deve estar disponível para o público, deixando o futuro do modelo em xeque. O Compass 4xe ainda aparece no site da Jeep à venda por R$ 347.300.
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A dúvida sobre o futuro do primeiro Compass híbrido só aumenta se nos debruçarmos sobre as vendas do modelo nos últimos anos.
Ao todo, foram menos de 900 exemplares desde o lançamento. Destes, 375 unidades em 2022 e 383 em 2023. Em 2024, parece que os estoques começaram a se esgotar. Foram apenas 77 unidades, uma fração dos anos anteriores e meros 0,16% das vendas totais do Compass no ano. Pior, no segundo semestre, apenas seis Jeep Compass 4xe deixaram as concessionárias. E não há emplacamentos desde outubro.
Jeep Compass 4xe chegou em 2022, mas não fez o mesmo sucesso das outras versões
Divulgação
Também dificulta a jornada do SUV médio a forte concorrência exercida pelas famílias de híbridos plug-in chineses BYD Song (e suas derivações, Pro, Plus e Plus Premium) e GWM Haval H6 (PHEV19, PHEV 34). Todos, sem exceção, são maiores e mais baratos que o Compass 4xe, ficando abaixo da casa dos R$ 300 mil. E alguns dos citados ainda oferecem desempenho e autonomia elétrica consideravelmente superiores.
O conjunto do Compass 4xe tem o mesmo motor 1.3 turbo do modelo nacional, mas movido apenas a gasolina. São 180 cv de potência e 27,5 kgfm de torque. Aliado a um motor elétrico traseiro de 60 cv, entrega, de forma combinada, 240 cv.
Motor 1.3 turbo do Compass 4xe é similar do da versão nacional, mas só bebe gasolina
Divulgação
Segundo o Inmetro, que não mede o consumo de híbridos plug-in de forma combinada, o Compass 4xe faz 11,5 km/l na cidade e 11,2 km/l na estrada, quando movido apenas pelo 1.3 turbo. Usando apenas as baterias, as marcas são de 26,1 km/l e 24,7 km/l, na mesma ordem. Apesar de ter baterias de 11,4 kWh, a autonomia elétrica é de apenas 30 km.
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Compass híbrido nacional vem aí
Se o Compass 4xe pode não voltar, o “troco” da Stellantis virá ainda em 2025, com o lançamento de um novo conjunto híbrido leve de 48 volts. O sistema será peculiar por oferecer propulsão totalmente elétrica, como em um híbrido (HEV).
Estamos falando de um conjunto que deve ficar conhecido como T270 Hybrid e-DCT. Ele alia o motor 1.3 GSE turbo de quatro cilindros e 16 válvulas, com injeção direta e sistema MultiAir III de variação de fases, a um conjunto elétrico de 48 Volts.
Jeep Compass Bio-Hybrid visto em testes antes do lançamento
Reprodução/Instagram @raimundo.a.m
Para atender às normas do Proconve L8, o motor T270 teve sua potência reduzida para 176 cv com etanol ou gasolina. Quando os dois SUVs médios da Jeep receberem o sistema híbrido leve flex, terão à disposição um motor elétrico adicional de 30 cv de potência e cerca de 8 kgfm de torque.
Uma vantagem substancial em relação ao sistema de 12V e apenas 4 cv de Pulse e Fastback é que, no caso de Compass e Commander T270 Hybrid, será possível ter acelerações muito pontuais feitas apenas em modo elétrico, tal qual o rival Toyota Corolla Cross.
Isso explica o uso de uma caixa automatizada de dupla embreagem com seis marchas, com embreagem seca e engrenagens banhadas a óleo, no lugar do câmbio automático epicíclico convencional.
Plataforma Bio-Hybrid e-DCT da Stellantis vai usar câmbio de dupla embreagem
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Assim como Pulse e Fastback T200 Hybrid, os futuros Jeep Compass e Commander T270 Hybrid e-DCT terão um “superalternador” substituindo o motor de arranque, acionado pelo giro do virabrequim através de correia. As baterias de íons de lítio terão 0,9 kWh de capacidade, contra meros 0,1 kWh do sistema de 12V aliado ao motor 1.0 GSE T3. Mas, assim como no caso dos Fiat, ficarão posicionadas sob o banco do motorista.
A informação acima deve ter feito o leitor se questionar por que o futuro sistema T270 Hybrid e-DCT de Jeep Compass e Commander é considerado um híbrido leve (MHEV) e não paralelo (HEV), como a família Corolla.
A resposta está na tensão do conjunto elétrico, de apenas 48 Volts, contra 200 Volts do sistema híbrido flex da Toyota e 400 Volts de alguns híbridos plug-in (PHEV). Por conta disso, seu motor elétrico não pode ir além do que 30 cv de potência e cerca de 8 kgfm de torque, menos da metade dos 72 cv e 16,6 kgfm do motor elétrico de Corolla e Corolla Cross.
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