Governo da China quer veículos mais lentos nas ruas; entenda

O governo chinês tem trabalhado na elaboração de novas normas de segurança para veículos com o objetivo de limitar a capacidade de aceleração de 0 a 100km/h em pelo menos 5 segundos. A proposta da lei afetará especialmente os carros elétricos e híbridos de alto desempenho.
Intitulado Condições Técnicas para a Segurança da Operação de Veículos Motorizados, o projeto de regulamentação quer reduzir os riscos de segurança associados à aceleração excessiva e prevê algumas regras para veículos motorizados, especialmente EVs.
Entre as regras previstas na regulamentação, o Ministério de Segurança Pública da China exige que os veículos sejam equipados com uma tecnologia de supressão de aceleração acidental ou incorreta, capaz de restringir a potência do automóvel a fim de evitar arrancadas perigosas. Consiste, na prática, em uma limitação por meio de software.
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Tal limitação, de acordo com a proposta, teria de ocorrer apenas em situações pontuais. A potência do veículos seria liberada já em velocidade de cruzeiro para garantir que as arrancadas sejam suaves, com maior progressividade.
Zeekr 001 FR: 0 a 100 km/h em cerca de dois segundos
Divulgação
Para o governo local, os motoristas estariam mais seguros com esse tipo de tecnologia. Principalmente em uma época onde vemos supercarros elétricos como o Yangwang U9, testado por Autoesporte, cumprir o 0 a 100 km/h em 2,36 segundos e alcançar velocidade máxima de 309 km/h.
Assistências ao condutor
A proposta também aborda sistemas de assistência ao condutor, exigindo que veículos com esses recursos verifiquem, por meio de biometria ou login, se os motoristas concluíram o treinamento necessário antes de utilizar.
Para os sistemas combinados de assistência ao condutor, caso ativados a velocidades acima de 10 km/h, o veículo deverá monitorar o envolvimento do motorista usando pelo menos dois métodos, como a detecção de mãos no volante e monitoramento do olhar.
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Uma outra medida prevista é que a reprodução de vídeos e jogos no painel sejam desativadas quando o veículo ultrapassar os 10km/h, como forma de evitar a distração dos motoristas.
Adequações em portas e janelas fazem parte das regras
As propostas do governo chinês ainda debatem questões de segurança relacionadas a portas e janelas dos automóveis. Os veículos devem seguir regras que exigem que cada ocupante possa sair por pelo menos duas portas diferentes. Todas, exceto porta-malas, precisarão ser equipadas com maçanetas de liberação mecânica tanto na parte interna quanto na externa.
Já para carros com sistemas de travamento de portas, as laterais sem impacto deverão destravar automaticamente quando os airbags forem acionados ou acontecerem problemas térmicos na bateria.
O regulamento também prevê regras que proibem películas refletivas
Getty Images
Em relação às janelas, o regulamento exige proibição de películas refletivas para que as áreas de visibilidade do motorista possam manter uma transmissão de luz visível em pelo menos 70%. Além disso, as janelas devem ser feitas de vidro temperado com espessura máxima de 5 milímetros e não podem ter película de bloqueio solar, o que garante que sejam quebradas facilmente, em caso de emergência.
O projeto de lei ainda está em fase de consulta pública como parte do processo de revisão de normas nacionais chinesas. Caso a regulamentação seja aprovada, algumas marcas que utilizam a capacidade de aceleração como principal forma de atrair clientes poderão ser afetadas e levadas a modificar a estratégia de venda.
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