Fórmula 1 de 1962 teve domínio dos ingleses, nove etapas e estreia do GP da África do Sul

Temporada também ficou marcada por mortes de jovens pilotos Em um ano relativamente tranquilo na Fórmula 1, os ingleses fizeram bonito no campeonato de 1962: tanto pilotos quanto equipes venceram diversas etapas, provas e fases daquele ano.
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Outro ponto inusitado é que os acidentes fatais, comuns naquela época, foram contidos: dois jovens pilotos perderam sua vida naquela temporada, sendo um, inclusive, o mais jovem a correr na categoria até então (o mexicano Ricardo Rodriguez, de 20 anos de idade), e Gary Hocking, inglês mais famoso pelo sucesso no motociclismo. Aquela era sua estreia na F1, como promessa.
Apesar de ambos não terem sofrido seus acidentes fatais em provas oficiais, o ano de 1962 teve nove etapas contando pontos no total (GPs da Holanda, Mônaco, Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha, Itália, EUA e, pela primeira vez, África do Sul). O começo foi tardio, em 20 de maio, o que atrasou o final do campeonato, estendido até 29 de dezembro, passando do Natal e beirando o Ano-Novo.
Vencedores da Fórmula 1 de 1962
Quem levou a melhor nessa temporada foi o Grahan Hill, garantindo seu primeiro campeonato em 1962, aos 33 anos. Claro, Hill era inglês, e não tinha parentesco algum com Phil Hill, campeão do ano anterior. Outra curiosidade é que Grahan tinha apenas nove anos como motorista habilitado, provando sua habilidade ao volante, tanto que foi campeão novamente em 1968, e garantiu o vice-campeonato de 1963, 1964 e 1965. Sem dúvidas, um piloto de ponta!
Graham Hill foi o vencedor do GP da Holanda e campeão da Fórmula 1 de 1962
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Só que Hill não foi campeão sozinho, e para isso contou com a ajuda da sua equipe inglesa British Racing Motors (BRM), e do seu valoroso carro P57, ou P578, também de projeto e concepção ingleses. A BRM se orgulhava de ter seus próprios carros, movidos por motores de concepção de seus próprios engenheiros: era tudo BRM.
No caso do P57, falamos de um pequeno e levíssimo (menos de 450 kg) carro de chassi tubular, carenado com uma fina camada de alumínio e fibra de vidro, dotado de suspensões independentes nas quatro rodas.
O compacto motor era um V8 1.5 que estreava naquele ano, afinal seu projeto havia sido finalizado há poucos meses, e já contava com tecnologias como a injeção mecânica de combustível. A entrega era excelente: 190 cv de potência a cerca de 11.000 rpm, valores alarmantes para a época!
Outra boa nova era sua caixa de câmbio com seis marchas posicionada atrás do motor traseiro: fornecida pela Colotti, ela só pecava pelas quebras constantes, o que levou a sua substituição por uma transmissão mais antiga, com cinco marchas e maior robustez. Mas, de qualquer forma, ter uma sexta velocidade em pleno início dos anos 60 era um avanço.
GP da Bélgica de 1962 foi vencido por Jim Clark
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A dominância dos ingleses foi imbatível, inclusive com equipes como BRM, Lotus, Cooper e Brahbam, em que o próprio Jack Brahbam corria sozinho, superando as tradicionais italianas, francesas e alemãs.
A Ferrari, por exemplo, que sempre havia sido destaque, teve um ano complicadíssimo em 1962, passando por uma grave crise, brigas internas, greves de funcionários e retirada do campeonato sem participar das duas últimas etapas (EUA e África do Sul). Desastre! Outras como a Porsche não tiveram o destaque e nem as vitórias que queriam.
Dan Gurney foi um dos únicos pilotos que não eram ingleses a vencer uma etapa da Fórmula 1 de 1962
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O momento era do pessoal da Inglaterra. Falando de pole position, das nove etapas, oito foram conquistadas por ingleses. O mesmo aconteceu nas voltas mais rápidas de cada etapa: oito vitórias inglesas das nove totais. De pilotos vencedores, só não teve vitória dos ingleses em Mônaco (título de Bruce McLaren) e na França (Dan Gurney). E, das nove etapas, as equipes da Inglaterra só não conseguiram a melhor na França, onde a Porsche levou a vitória.
Na próxima semana, não perca a história do campeonato de 1963!
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