Ford Ranger Raptor não sabe se é picape ou Mustang e esbanja potência no off-road; leia o teste

Sem conseguir diferenciar autódromo de dunas, a caminhonete anda forte nos dois terrenos A Ford convidou jornalistas para curtir a Ranger Raptor na areia. Não tinha caipirinha, nem água de coco ou cervejinha. Mas, se eu fosse letrista, daria um jeito de incluir a caminhonete nesse samba. Troco qualquer birita para ficar atrás do volante da esportiva com motor V6 de 397 cavalos.
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Essa Raptor é baseada na nova geração da picape e será produzida na fábrica de Pacheco, na Argentina. Nada a ver com o modelo fabricado até então.
Ela é feita para chamar a atenção. Ou você acha normal andar por aí com um monstro de quase 6 metros de comprimento, todo pintado de laranja, com suspensão elevada e pneus grandes o suficiente para escalar um Fiesta?
Versão esportiva tem apetite de sobra para cair no off-road
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A Ford anuncia a Raptor como um veículo esportivo e off-road ao mesmo tempo. Na parte relativa ao todo-terreno, vem com os pneus 285/70 AT da BF Goodrich, rodas pretas de 17 polegadas e um peito de aço prateado (realmente feito de metal) na dianteira.
Essa peça, que parece ter sido removida de um Hummer EV, protege o cárter do motor e o ponto de ancoragem inferior da suspensão do tipo McPherson.
Multimídia vertical também mostra informações do ar-condicionado
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Outro componente visual imponente é a grade com as letras grafadas da Ford — algo que sempre se destacou em toda a linha Raptor.
Até os aros que envolvem os para-lamas formam uma continuação da porção inferior do para-choque frontal. Seguindo o olhar até a traseira, você vai se deparar com saídas duplas de escapamento (uma em cada extremidade do para-choque), que impressionam não só pelo calibre como também pelo efeito cromado que se destaca no meio da decoração preta das partes plásticas.
Detalhes vermelhos são exclusivos da Raptor, assim como os apliques de suede
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Toda essa aparência intimidadora do exterior não se reflete na cabine, que traz um estilo mais sóbrio e robusto. Os traços de esportividade estão na mistura de materiais nobres, como o suede no meio dos assentos, e em discretos apliques vermelhos aqui e ali. Estão nas costuras do volante, envolvendo as saídas de ar e na lateral dos assentos. Nem o som escapa: tem a grife Bang & Olufsen.
O que mais atrai olhares é a tela multimídia de 12 polegadas instalada na posição vertical. Embora recursos como o bloqueio do diferencial traseiro sejam controlados por meio do sistema de entretenimento, é bom saber que ainda existem botões para quase tudo, inclusive controle de temperatura e volume do som, bem como teclas para alternar os modos de tração e de condução.
Rodas de liga leve pintadas de preta deixam a picape com pegada ainda mais esportiva
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As telas são bem-vindas, mas a Ford está fazendo um bom trabalho ao preservar os comandos físicos. Mesmo modelos com menos apelo esportivo continuam com botões tradicionais, como a segunda geração do Territory.
Essa tela sensível ao toque conta com o SYNC4. O sistema operacional permite “dividir” as funções, exibindo imagens em 360 graus das câmeras externas, além de ser compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. O som tem nada menos que oito alto-falantes.
Os amortecedores da Fox Racing Shox são essenciais para suportar os abusos que a Ranger Raptor precisa aguentar
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Na parte inferior, há espaço para guardar objetos, carregamento sem fio, duas portas USB (uma delas do tipo C). O porta-luvas é pequeno, mas há um porta-objetos secundário que se abre para cima, permitindo armazenar mais itens essenciais. Eventualmente água e Dramin, para passageiros que enjoam com facilidade — a gente não tem como culpar a empolgação dos motoristas.
O desempenho é realmente impressionante. O setup é dos bons: braços inferiores de alumínio na suspensão, molas helicoidais na traseira, um curso de suspensão do tamanho de um sobrado e um mapa de aceleração que deve ter sido projetado por alguém que veio da Nasa.
Bancos de couro sintético tem detalhes em laranja que combinam com visual externo
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A Raptor acelera forte, dá tranco de propósito ao arrancar e faz barulho em demasia. Mas com classe. Em suma, assusta na medida certa.
Um dos méritos de tanta valentia para misturar alta velocidade com fora-de-estrada está no uso de amortecedores Fox Racing Shox de 2,5 polegadas com controle eletrônico. São superdimensionados para uso em competição.
Picape tem até comando do escapamento no volante
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É isso que permite voos e aterrissagens como um raptor saltando atrás de uma presa. Claro que isso não seria possível sem um motor (a gasolina, né?) V6 3.0 biturbo de 397 cv e 59,4 kgfm. Ela também usa o famoso câmbio de 10 marchas que equipa a F-150 e o Mustang.
Em nosso breve teste na praia de Pinamar, na parte leste da Argentina, abaixo de Buenos Aires, foi um deleite rasgar as dunas em uma velocidade que buggy nenhum em Maceió seria capaz de atingir.
Nome da versão estão em diversas partes do veículo
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Muita coisa pode dar errado quando se dirige sobre areia, mas ela traciona, sobe dunas, acelera forte, sai de traseira, rola no próprio eixo e… nada abala sua capacidade de entregar o desempenho de uma legítima 4×4. E mais: sem perder o conforto.
Arrisco dizer que é um carro quase sem falhas. Mesmo quem é experiente na avaliação de veículos não vê todo dia uma caminhonete com desempenho de esportivo e pegada de competição, mas feita para uso no dia a dia — com direito a visita ao escritório.
Curta enquanto ainda é tempo: esse motor Ecoboost 3.0 V6 biturbo exclusivamente a gasolina é um dos últimos de sua espécie. A próxima Raptor provavelmente terá eletrificação na veia. São 397 cv e 59,4 kgfm.
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Nesse primeiro contato, ainda não foi possível avaliar o conforto em rodovias (lembre-se de que se trata de um pneu de uso misto com gomos laterais superdimensionados) nem o consumo na cidade ou estrada.
Outra informação que ainda está longe de ser divulgada é o preço. Necessariamente precisa ficar abaixo dos valores de partida da F-150, que acabou de chegar ao Brasil por mais de R$ 500 mil. Podemos esperar algo ligeiramente acima de R$ 450 mil, preservando a escada de valores da gama. Só para comparar, uma Ranger Limited varia entre R$ 319.990 e R$ 339.990, com motores a diesel.
Atributos de esportividade credenciam a Raptor como a picape mais potente à venda na Argentina — e, em breve, no Brasil
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Na Argentina, as unidades colocadas em pré-venda em março devem começar a ser entregues em maio de 2024. Por aqui, a Ranger Raptor deve estrear no segundo semestre do ano que vem.
Ford Raptor
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