Fiat Pulse: saiba os principais defeitos de acordo com os donos

SUV compacto tem vendido bem, mas problemas no motor e na suspensão incomodam os proprietários Derivado da plataforma do Argo, o Fiat Pulse estreou no mercado nacional no final de 2021, com o desafio de inserir a marca italiana no segmento de SUVs compactos. Após diversas campanhas de marketing – como ter o nome escolhido por votação na internet e ser apresentado no reality Big Brother Brasil – não demorou para o Pulse cair no gosto do consumidor brasileiro.
O modelo terminou 2023 na oitava posição da categoria, com mais de 45 mil emplacamentos. No acumulado de janeiro a maio de 2024, o Fiat Pulse soma 15.146 unidades vendidas, segundo a Fenabrave (associação de concessionários).
Assim como os seus irmãos Argo e Fastback, o Pulse também é fabricado em Betim (MG) a partir da plataforma MLA. Embora utilize a mesma carroceria do Argo, o SUV conta com suspensões mais altas para aumentar o vão livre do solo (22,4 cm) e os ângulos de ataque e saída – características que favorecem na hora de encarar a buraqueira das ruas. As mudanças “esticaram” em 1 centímetro a distância entre-eixos e, de acordo com a Fiat, ampliaram a capacidade do porta-malas.
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Porém, não é possível dizer quão maior é o compartimento, já que a Fiat usa duas metodologias diferentes para aferir os bagageiros de Argo e Pulse. No SUV, vão 370 litros, mas medição feita com água, e não com blocos de isopor.
Versões, motores e preços
Fiat Pulse tem versões com câmbio manual ou automático e três motorizações
Renato Durães
Atualmente, o Fiat Pulse é comercializado em seis versões. As três de entrada são equipadas com o motor Firefly 1.3 aspirado de até 107 cv de potência e 13,7 kgfm de torque, combinado ao câmbio manual de cinco marchas ou automático CVT que simula sete marchas.
Já as variantes Audace e Impetus combinam transmissão automática CVT ao motor 1.0 turboflex de até 130 cv e 20,4 kgfm. Por fim, a esportiva versão Abarth utiliza o 1.3 turboflex de 185 cv e 27,5 kgfm, associado a uma caixa automática de seis marchas. Veja abaixo todos os preços:
Drive manual – R$ 104.990
Drive CVT – R$ 112.990
S-Design CVT – R$ 117.990
Audace T200 – R$ 120.990
Impetus T200 – R$ 135.990
Abarth – R$ 151.990
Reclamações
Apesar da boa aceitação no mercado, o Fiat Pulse tem provocado queixas de parte de seus consumidores. No site Reclame Aqui há vários relatos diversos: mau funcionamento dos espelhos retrovisores, infiltração de água no interior do veículo, travamento do câmbio automático na posição P, entre outras reclamações.
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Entretanto, as queixas mais recorrentes se referem a barulhos na suspensão, vazamento de líquido de arrefecimento e consumo anormal do óleo do motor. Clientes relatam que esses defeitos ocorrem em carros com baixa quilometragem e com histórico de revisões programadas pelo fabricante.
Ruídos na suspensão dianteira
O consumidor identificado como Douglas, da cidade de Paulista (PE), diz que o seu Fiat Pulse, adquirido zero quilômetro em janeiro deste ano, começou a “fazer barulho na parte da frente como se estivesse alguma peça da suspensão folgada”. O cliente relata que o veículo foi levado à concessionária, onde foi constatado um defeito no braço oscilante da suspensão dianteira. No entanto, os ruídos voltaram dias depois da manutenção.
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A Central de Serviços ao Cliente Fiat respondeu o cliente no site Reclame Aqui, sugerindo ao consumidor “o comparecimento aos agendamentos junto à uma Concessionária da Rede Autorizada, para analisarmos o inconveniente mencionado e providenciarmos as intervenções, caso necessário”.
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Na réplica, o cliente menciona que gostaria que a Fiat trocasse a suspensão do veículo, reiterando que não indica a marca a “mais ninguém”.
De acordo com o mecânico Paulo Vianna, é necessário fazer uma análise mais profunda para verificar se o braço oscilante da suspensão é, de fato, a origem dos ruídos de todos os carros citados no Reclame Aqui. Vianna explica que o componente tem a função de permitir que as rodas do carro subam e desçam de maneira estabilizada e suave ao passar sobre imperfeições no piso.
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“Sem os braços oscilantes, os passageiros sentiriam os impactos dos buracos e lombadas com muito mais intensidade. Se essas peças estiverem comprometidas, geralmente por desgaste acentuado das buchas das extremidades, podem influenciar negativamente no comportamento da suspensão e até mesmo na estabilidade do carro, principalmente em pisos ruins”.
Relatos: caso 1, caso 2, caso 3, caso 4
Vazamento de água do motor
Motor 1.3 Firefly apresenta casos de vazamento do líquido de arrefecimento
Divulgação
Outro motivo de reclamações é o vazamento do líquido de arrefecimento do motor 1.3 aspirado. Os consumidores dizem que o problema é notado ao perceber gotas do aditivo no chão quando o veículo está estacionado. O cliente Pawel, de São Paulo (SP), comenta que “após a primeira verificação foi constatado que está vazando líquido de arrefecimento do motor através da bomba d’água”.
O cliente Ricardo, de Sete Lagoas (MG), relata o mesmo defeito em seu Fiat Pulse, cujo reparo foi orçado em mais de R$ 2.700. Em ambos os casos, a Fiat se coloca à disposição para reavaliar os veículos nas concessionárias, porém, os consumidores não concordam com a posição da marca, alegando que o reparo deveria ser coberto pela garantia de fábrica.
Vaso de expansão armazena o líquido de arrefecimento
Divulgação
“O vazamento do líquido de arrefecimento, independentemente da origem, deve ser reparado o mais rápido possível. O aditivo presente nesse líquido é fundamental para o resfriamento do motor durante o seu funcionamento. Quando o sistema de arrefecimento apresenta algum defeito, o motor fica seriamente comprometido, uma vez que pode atingir temperaturas muito elevadas e, consequentemente, fundir. O custo do reparo é alto e, em alguns casos, é preciso trocar o motor do carro”, alerta Vianna.
Relatos: caso 1, caso 2, caso 3, caso 4
Consumo excessivo de óleo do motor
Troca de óleo (Foto: Divulgação)
Auto Esporte
Outra reclamação recorrente é sobre o consumo excessivo de óleo do motor 1.0 turbo. “Desde que comprei o carro, Pulse Audace T200, em abril de 2022, ele vem acendendo a luz do óleo baixo. Levei na concessionária na primeira vez que aconteceu, com menos de 3.000 km rodados, onde foi verificado e vistoriado, mas nada foi encontrado. Inclusive os mecânicos sequer sabiam do que eu estava falando, pois diziam que apenas o meu carro tinha esse tipo de reclamação e que nas vistorias nada acusava”, reclama um cliente de Pirassununga (SP), cuja reclamação não foi respondida pela Fiat.
“Há algum tempo os motores 1.0 turbo e 1.3 turbo utilizados em carros da Fiat e da Jeep vêm apresentando reclamações a respeito do consumo excessivo de óleo. Embora o fabricante tenha orientado a rede [de concessionárias] a realizar ajustes na central eletrônica, é preciso ficar atento a esse defeito. Se o nível de óleo atinge um nível muito abaixo do ideal, a lubrificação das peças móveis fica comprometida a ponto de provocar desgaste excessivo e quebra de componentes importantes, exigindo retífica. Geralmente, esse serviço custa bem caro ao consumidor”.
Relatos: caso 1, caso 2, caso 3
Consultada pela Autoesporte, a Stellantis ainda não respondeu os questionamentos sobre os defeitos apontados pelos consumidores do Fiat Pulse.
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