F1 de 1960 teve bicampeonato de Brahbam e decisão de extinção da Indy 500 do calendário

Temporada de Fórmula 1 também foi marcada pela falta de segurança para os pilotos Completando o décimo ano consecutivo como campeonato oficializado pela FIA, a temporada de Fórmula 1 de 1960 não foi muito diferente daquela de 1959: tivemos o mesmo campeão. O australiano Jack Brahbam foi o melhor entre pilotos e a Cooper-Clímax também saiu como vencedora entre os construtores. Dupla de sucesso!
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Lamentavelmente, a categoria ainda continuava insegura nos autódromos e na construção dos carros, tanto que três pilotos perderam a vida neste ano. Só no perigoso circuito de Spa, na Bélgica, foram duas destas mortes (os ingleses Chris Bristow e Alan Stacey), fora o acidente de Stirling Moss durante os treinos, a bordo de um Lotus projetado por Colin Chapman.
Carro de Stirling Moss ficou destruído no GP da Bélgica de 1960
Reprodução/F1
Ele, aliás, tinha grandes chances de se sagrar campeão da temporada se não tivesse se acidentado. Afinal, das três etapas que competiu quando retornou (GP da Argentina, GP de Mônaco e GP dos EUA), Moss venceu duas delas (Mônaco e EUA), enquanto na Argentina fez pole position e conseguiu a melhor volta da prova.
Para 1960, tiveram ainda os GP da Holanda, Bélgica, França, Inglaterra, Portugal e Itália, fora a Indy 500 nos EUA, em um calendário iniciado em 7 de fevereiro e encerrado em 20 de novembro.
O já bicampeão do ano Jack Brahbam corria pela equipe oficial da marca Cooper-Clímax, a Cooper Car Company, e o carro de destaque era novamente o compacto T51, de rodas expostas, motor 2.5 de quatro cilindros em linha instalado na traseira e cinco marchas em uma caixa de câmbio manual. Era forte no equilíbrio e poderoso pelo baixo centro de gravidade, com algo ao redor dos 260 cv de potência.
Foi nessa temporada, também, que chegava ao fim boa parte dos carros “dinossauros”, aqueles com a mesma construção de 1950, com motor dianteiro, carroceria pesada e de dinâmica inferior, expondo os pilotos a graves consequências de acidentes. Lembrando que, na época, não havia cinto de segurança, roupas especiais ou qualquer sistema de proteção ao piloto equipando os carros.
Mas, em contrapartida, algumas fabricantes hoje reconhecidas pela alta tecnologia, na época insistiam no tradicionalismo obsoleto, a exemplo da Ferrari e dos Aston Martin (o DBR5, inclusive, estreou em 1960 com a velha construção de motor frontal).
Stirling Moss no GP de Mônaco de Fórmula 1 de 1960
Reprodução/F1 Nostalgia
Claro, nem é preciso dizer que esses “dinossauros” levavam a pior frente aos modernos, compactos, leves e dinâmicos Cooper-Clímax, Porsche, BRM, Lotus, entre outros. 1960, aliás, teve o último GP vencido por um carro com motor dianteiro: por um golpe de sorte, o norte-americano Phil Hill ganhou o GP da Itália a bordo de uma Ferrari 246, com motor 2.4 V6 dianteiro, ainda da era Enzo Ferrari. Definitivamente, uma exceção.
Uma correção importante feita pela FIA no final da temporada de 1960, para entrar em vigor em 1961, foi a retirada das 500 Milhas de Indianápolis do calendário oficial de Fórmula 1. A critica ficava por conta de a conhecida prova norte-americana ter um regulamento próprio e completamente diferente do da F1, o que, em última análise, fazia com que nenhuma equipe europeia fosse aos EUA para correr a Indy 500, e vice-versa. Mas a FIA acreditava que, para o campeonato de Fórmula 1 ter força e fazer valer o título de mundial, era preciso ter uma prova nas terras do Tio Sam.
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Com a criação do GP dos EUA, automaticamente não fazia mais sentido ter a Indy 500 no calendário oficial da categoria. Por isso, a partir de 1961, não existia mais as 500 Milhas de Indianápolis como prova oficial do GP de F1, sendo oficializado o GP dos EUA como etapa regulamentada do calendário mundial. Indy 500? Essa nunca mais voltou a coincidir com a F1…
Na próxima semana, não perca a história da Fórmula 1 de 1961!
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