Em crise, Nissan registra o pior resultado de vendas em 16 anos


A vida da Nissan não tem sido fácil. Depois de diversos capítulos complicados, passando pela queda do CEO até 20 mil demissões e o fechamento de sete fábricas, a japonesa agora começa a apresentar resultados ainda mais negativos em vendas.
De acordo com informação publicada pelo Nikkei Asia com dados da pesquisa MarketLines, a marca não aparece entre as 10 fabricantes que mais emplacam carros no mundo pela primeira vez em 16 anos.
As vendas da Nissan caíram 6% no primeiro semestre deste ano, com 1,6 milhão de veículos comercializados. É o menor número desde 2009, quando 1,5 milhão de carros da marca foram emplacados — isso após falência do banco de financiamentos Lehman Brothers.
O resultado ruim nos primeiros seis meses de 2025 fez com que a Nissan fosse ultrapassada, no ranking mundial, pela também japonesa Suzuki e pelas chinesas BYD e Geely.
Nissan teve prejuízo de 115,7 bilhões de ienes entre abril e junho de 2025
Divulgação
Nos resultados consolidados, a Nissan chega ao quarto trimestre consecutivo no vermelho. Apresenta um prejuízo de 115,7 bilhões de ienes (o equivalente a R$ 4,3 bilhões em conversão direta) entre abril e junho de 2025. O contraste é grande na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a japonesa apresentou lucro de 28,5 bilhões de ienes (R$ 1 bilhão).
A principal queda da Nissan é justamente no seu principal mercado: a China. No país asiático, as vendas caíram 18%. Além disso, em casa, no Japão, a fabricante apresenta o menor nível de emplacamentos desde quando os dados começaram a ser coletados, em 1993.
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E a Nissan no Brasil?
No Brasil, a história se repete. Entre janeiro e julho de 2025, a Nissan emplacou 42.933 carros no nosso país. A diferença é de 18,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 50.697 veículos foram registrados.
Inclusive, nessa época, a Nissan aparecia na oitava colocação do ranking. Hoje, a fabricante japonesa já aparece em décimo na tabela após ser ultrapassada pela Honda e BYD, segundo a Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores (Fenabrave).
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Planos de recuperação da Nissan
Em novembro de 2024, um executivo da Nissan revelou que a montadora japonesa tinha menos de dois anos de sobrevivência. Por isso, precisava de um novo investidor em até 14 meses para manter as operações. Foi aí que o primeiro plano de recuperação entrou em ação: uma fusão entre a Honda e Nissan.
Se isso se confirmasse, a união de forças entre as japonesas não apenas garantiria uma nova perspectiva para a Nissan do ponto de vista financeiro, como também daria para a dupla japonesa mais competitividade em um mercado cada vez mais desafiador. No entanto, as rivais encerraram as tratativas após “negociações complicadas” e falta de consenso. Depois disso, a Nissan mudou os planos e começou a apostar em novidades.
Novo Nissan Leaf foi apresentado com o objetivo de conter a crise
Divulgação/Nissan
Por isso, apresentou a terceira geração do Nissan Leaf, que agora é um SUV cupê e supera 600 km de autonomia. Além disso, anunciou que o March também irá voltar à vida como um hatchback elétrico com a mesma plataforma do Renault 5 E-Tech.
Falando especificamente da América Latina, a Nissan confirmou três novidades. Conforme Autoesporte antecipou, um novo SUV de entrada será lançado até março de 2026. O modelo inclusive foi visto rodando em testes, ainda com carroceria provisória, utilizando boa parte de elementos do atual Kicks Play.
Além deles, a Nissan fala em uma nova geração da Frontier, em um novo sedã compacto, que deve ser uma atualização para o Versa, e em uma nova geração do Sentra.
Projeções dos novos Nissan Frontier e Sentra
Divulgação
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