CEO da Stellantis, dona de Fiat e Jeep, pede demissão do cargo

Português Carlos Tavares deixa o cargo após acordo com o Conselho da empresa; desempenho de vendas nos EUA teria sido o fator O português Carlos Tavares não é mais CEO da Stellantis, grupo automótimo que reúne marcas como Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Ram. A decisão foi divulgada pelo Conselho administrativo da fabricante neste domingo (1º), após um acordo com o executivo. Seu substituto será nomeado no primeiro semestre de 2025.
Até lá, um Comitê Executivo Interino, liderado pelo atual presidente do Conselho da Stellantis, John Elkann, assumirá as funções de Tavares. O motivo da saída do português não foi divulgado, mas boa parte da mídia internacional especializada credita a decisão ao mau desempenho que a companhia vinha apresentando nos Estados Unidos.
Nos três primeiros trimestres de 2024, as vendas de todas as marcas da Stellantis somadas em solo americano apresentaram uma queda de 19,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Só as marcas Chrysler e Dodge, fundadas nos EUA, despencaram 47% e 43%, respectivamente.
Tavares, que vinha da francesa PSA (Peugeot-Citroën), a outra parte envolvida na fusão com a americana FCA (Fiat Chrysler), era acusado de não ter o entendimento necessário nem dar o devido direcionamento que a Stellantis precisaria para não perder mercado na terra Natal de algumas de suas principais marcas. As também locais Jeep e Ram também vêm caindo nas vendas ao longo deste ano.
Como consequência, os lucros da fabricante também caíram e as ações estão com valor 38% menor do que no final de 2023.
“O sucesso da Stellantis desde sua criação tem sido enraizado em um perfeito alinhamento entre os acionistas referenciados, o conselho é o CEO. No entanto, nas últimas semanas têm surgido diferentes pontos de vista, que resultaram na decisão de hoje”, declarou Henri de Castries, diretor sênior independente do grupo, escancarando o desgaste na relação entre as partes.
No Brasil, a Stellantis é líder de mercado desde a fundação do grupo, em 2021, concentrando cerca de 30% do mercado nacional de veículos leves, somando todas as marcas. Também possui a marca de carros mais vendida no país atualmente, a Fiat, além da Jeep, sétima colocada. Entretanto, enquanto a primeira cresceu abaixo da média de mercado entre janeiro e outubro de 2024 (9,8%, ante 14,9%), a segunda apresentou queda de de 6,3%, sentindo a concorrência de SUVs híbridos das chinesas BYD e GWM.

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