Carros de luxo personalizados de fábrica viram moda e podem custar milhões

Se antigamente as maiores preocupações ao comprar um carro de luxo estavam ligadas à potência do motor, conforto e status, hoje muitos querem ir além. Já não basta apenas dirigir um superesportivo ou um SUV de milhões de reais. Agora, é preciso que o carro reflita a identidade do dono.
Para atender a essa demanda, marcas criaram estúdios e programas exclusivos de customização, capazes de transformar modelos de série em exemplares tão personalizados quanto aqueles que antes só existiam nos videogames.
Para dar um gostinho do fascinante mundo da personalização de carros, Autoesporte explica, nesta matéria, como funciona esse processo em quatro marcas. São elas: Audi, BMW, Range Rover, Mercedes-Benz e Porsche. Confira!
O que é a personalização de carros?
Antes de comerçarmos, de fato, o texto, importante explicarmos que a personalização de carros trata-se do processo de customização de um veículo a fim de torná-lo exclusivo. Essas modificações podem ser feitas através de pinturas na carroceria, mudanças no acabamento interno, troca do revestimentos dos bancos, design do volante e rodas e mudanças em muitos outros detalhes.
Mercedes AMG G 63 pode ser personalizado através do programa Manufaktur, da Mercedes
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Diferente dos carros tunados ou modificados, em que as alterações são feitas pelos donos e precisam de autorização dos órgão de trânsito, a personalização de um veículo é feita pela própria fabricante, que dispõem de serviços exclusivos para seus clientes. Enquanto em alguns casos esse nível de exclusividade limita-se a catálogos ou opções reduzidas, em outros o céu é o limite. Mas existem regras para essas escolhas? Explicamos a seguir:
Níveis de exclusividade: existe limite do que é aceitável?
Apesar de diversas marcas oferecerem opções de customização em seus veículos, os caminhos para esse processo variam de montadora para montadora. Isso porque, enquanto algumas possuem um catálogo mais enxuto, outras quase representam o ápice do livre-arbítrio.
Neste último caso, temos como exemplo as personalizações oferecidas pela Range Rover. A marca permite que o cliente tenha o poder de escolha de quase todos os itens que compõem o carro, isto é: a cor da carroceria, cor interna, materiais e acabamentos do veículo.
Interior dos veículos customizáveis da Mercedes podem ter acabamento em madeira, por exemplo
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Mas calma que tudo isso está bem longe de ser uma baderna. Afinal, existe, sim, limite do que é aceitável. Segundo Henrique Rebello, head da marca no Brasil, há um processo de curadoria com equipes de designers antes da realização do processo:
“Em alguns casos, o elemento pedido pelo cliente pode vir de uma outra forma, e isso pode ser satisfatório no seu ponto de vista ,a ponto de que ele pode, inclusive, se surpreender, por se tratar da realização de algo que ele sequer teria imaginado”, comenta Rebello.
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São sete etapas, começando pela definição de cores, segundo a empresa, uma das mais detalhadas e refinadas. Não à toa, é conduzida por especialistas em pigmentos. Depois, acontecem os processos de criação de temas, seleção de materiais e outras customizações.
Vale mencionar ainda que, neste caso, existe a possibilidade de atendimento presencial em estúdios exclusivos localizados na Inglaterra, onde o cliente pode selecionar presencialmente suas escolhas ao lado de consultores especializados no processo.
A Porsche funciona de um jeito similar. Dessa forma, quando as opções do configurador não são suficientes, o programa Sonderwunsch pode atender às demandas mais exclusivas, pois permite que o cliente escolha livremente cores, materiais e acabamentos de seu automóvel. Nesse programa, o atendimento é realizado por um profissional localizado na sede da marca, na Alemanha.
Modelos RS e S da Audi são alguns dos que se enquadram no programa de exclusividade da marca
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Do outro lado, existem montadoras que apostam em catálogos e uma lista mais reduzida. A BMW, por exemplo, permite apenas a mudança da coloração externa de seus veículos, oferecendo mais de 150 cores com pinturas sólidas, metálicas e foscas.
A Mercedes também possui uma lista fixa de opcionais. No entanto, a variedade é bem maior. São permitidas mudanças no tom da carroceria (com 15 opções de tonalidades), acabamentos internos (em madeira, carbono ou outros materiais), revestimentos dos bancos (em couro com padrões e cores desenvolvidas especialmente para cada modelo), volante (de diferentes tamanhos e designs) e rodas (com diferentes materiais e acabamentos).
A Audi, por fim, possibilita aos clientes que, não satisfeitos com as cores externas oferecidas no catálogo, encomendem uma tonalidade específica da carroceria, que possa ser reproduzida, e, então, produzida pela matriz.
O preço da exclusividade
Considerando tudo o que vimos até aqui, não esperam-se valores diminutos. Isso significa que a personalização, como já previsto, não é barata.
Na Audi, o valor pode começar em R$ 8,5 mil para ajustes internos e chegar a R$ 120 mil em projetos mais elaborados: estamos falando do mesmo preço de carros de entrada no mercado brasileiro, como um Volkswagen Tera. Quando o assunto é pinturas especiais os valores variam entre R$ 75 mil a R$ 90 mil. A BMW, por sua vez, cobra, em média, R$ 50 mil pelas pinturas do M3 Individual.
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Quanto à Mercedes, a marca afirma que “é impossível estimar um preço médio, com um nível tão diverso de individualizações”, mas que podem chegar a valores milionários.
No entanto, é possível chegar a estimativas do preço. Tomando como exemplo a última unidade do modelo 911 GT3 RS entregue pela montadora no país, suas especificações incluem 30 itens de personalização que somam cerca de R$ 1.331.000 ao valor do veículo.
Entre os opcionais, destaca-se, por exemplo, a pintura, denominada “Chromaflair” que acrescenta R$ 244.458. Esse número superlativo é explicado pelo fato de que trata-se de uma tecnologia em a tinta tem a capacidade de mudar de cor quando vista de ângulos diferentes, dependendo da incidência da luz — somente 12 carros ao ano recebem esta opção.
Versão exclusiva do Porsche 911 GT3 RS (imagem 1) encarece seu valor final em mais de R$ 1 milhão; modelo sem customizações (imagem 2)
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Para fins de comparação, com esse preço é possível comprar SUVs como Honda HR-V, Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e até mesmo versões de entrada de picapes médias como Ford Ranger e Fiat Titano.
A Range Rover, por fim, trabalha em patamar semelhante: os valores para customizações de um SV Bespoke não possuem limites e podem superar a faixa de R$ 1 milhão se o cliente assim desejar.
Todos os modelos estão disponíveis para personalização?
Com exceção dos modelos da Porsche, os programas de personalização não abrangem todas as gamas de veículos, visto que concentram-se nos modelos mais caros e de maior prestígio. A Range Rover, por exemplo, oferece o serviço SV Bespoke apenas nas linha SV e Autobiography, que representam o ápice da marca em luxo e sofisticação.
Range Rover SV Bespoke Encontro das Águas
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Já a Audi restringe o programa Exclusive aos modelos de alta performance. Assim, as pinturas exclusivas são oferecidas nos modelos RS (RS Q8, RS6 Avant e RS3) e, sob demanda, nos modelos S (SQ5/SQ6 e-tron) e alguns da linha Q (Q7 e Q8). As customizações do interior, por sua vez, são oferecidas nos RSQ8 e RS6 Avant e sob demanda em alguns modelos como Q7 e Q8.
A BMW disponibiliza a pintura Individual apenas para o M3 Sedan Competition, enquanto a Mercedes-Benz concentra sua linha Manufaktur em versões esportivas, como nos modelos da Mercedes-AMG, além da lista de opcionais disponível para o AMG S 63.
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