Caoa vai realizar sonho de criar carro brasileiro usando base da Changan
Sonho de longa data da Caoa, o lançamento de um carro genuinamente pensado, projetado e desenvolvido no Brasil poderá finalmente se tornar realidade nos próximos anos. Em conversa com Autoesporte no Salão do Automóvel, Carlos Philippe Luchesi de Oliveira Andrade e Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, filhos do fundador e atualmente presidentes da empresa, confirmaram os planos e deram detalhes importantes a respeito dos próximos passos do grupo.
Na entrevista, os irmãos Andrade reiteraram que o sonho do pai será levado adiante e, agora, viabilizado por meio da recente aliança firmada com a Changan. O projeto vinha sendo estudado internamente antes mesmo da morte do fundador do grupo e voltou a ganhar força com a chegada da gigante chinesa no negócio. A ideia segue a mesma: desenvolver um carro inteiramente pensado para os brasileiros e criado por brasileiros.
Para tanto, a Caoa aproveitará toda a expertise adquirida nas últimas décadas a partir das associações mantidas com a sul-coreana Hyundai e a chinesa Chery. O projeto será tocado em solo nacional pelo departamento de pesquisa e desenvolvimento da própria Caoa, ou seja, terá o DNA do time brasileiro de engenharia da empresa.
Aliança entre Caoa e Changan vai permitir aos brasileiros usar experiência chinesa
Renato Durães/Autoesporte
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A Changan participará do projeto fornecendo suporte técnico e toda sua experiência de décadas de produção de veículos na China. No país asiático, vale ressaltar, a marca já é conhecida por desenvolver projetos conjuntos com fabricantes estrangeiras. Com a Ford, por exemplo, a parceria existe desde 2001 e originou desde então diversos modelos. O Edge L e a nova geração do Mondeo são os mais recentes.
Carlos Alberto de Andrade Filho, presidente do grupo Caoa
Gabriel Reis/Valor/Autoesporte
No caso do projeto da Caoa, a Changan entrará dando suporte com o fornecimento de plataforma, técnicas de design e motorização. Demais detalhes ainda são desconhecidos, tendo em vista o estágio ainda inicial de desenvolvimento — nem mesmo o segmento do futuro carro foi revelado. Ainda assim, pensar em um SUV não seria de todo errado, já que é uma das categorias preferidas do consumidor brasileiro.
Indo mais além, uma variação do Uni-T, por exemplo, feito pensando nos consumidores brasileiros, não seria algo absurdo de se pensar.
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Em termos de motorização, a adoção de um conjunto híbrido parece o caminho mais racional, até mesmo pela aposta da própria Caoa Chery em sistemas do tipo nos últimos anos. Desde então, a equipe de engenheira do grupo adquiriu bastante conhecimento sobre a tecnologia. Por fim, o uso do etanol é outra aposta importante, especialmente pelo forte apelo nacional do projeto — “um carro brasileiro e pensado para brasileiros”.
Vale lembrar que a Caoa Changan terá produtos com diversas matrizes energéticas, incluindo motores flex, híbridos e elétricos.
Em entrevista anterior, Andrade Filho já havia afirmado que seu pai “sempre defendeu que faltava ao Brasil um projeto de indústria automotiva genuinamente nacional”, e citou como exemplos o fomento a empresas locais em países como Coreia do Sul, Índia e China.
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