Caoa Changan terá 3 carros nacionais e estratégia estilo GWM

Visitantes do Salão do Automóvel vão encontrar dois estandes da Caoa no evento. Um deles é da já conhecida Caoa Chery. O outro, um pouco mais ao centro do pavilhão do Anhembi, próximo à entrada do público, é da estreante Caoa Changan. A nova marca começa a vender carros no Brasil em 2026 e vai usar uma estratégia parecida com a da GWM para tentar incomodar a BYD.
Em entrevista exclusiva, Carlos Philippe Luchesi de Oliveira Andrade e Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, filhos do fundador da Caoa e atualmente presidentes da empresa, falaram sobre os próximos passos da nova marca sino-brasileira.
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O objetivo é claro: com suas duas marcas, a Caoa quer alcançar a marca de 100 mil carros produzidos por ano em Anápolis (GO). E, já em 2026, alcançar 8% de participação do varejo com Chery e Changan.
Caoa Chery Tiggo 5X HEV será produzido no Brasil
Renato Durães/Autoesporte
Para crescer a fatia, a Caoa vai anunciar em 2026 um novo investimento para produzir novos modelos na fábrica goiana. O valor, ainda não revelado, mas está na casa do bilhão de reais e será totalmente bancado pelo grupo brasileiro.
Do lado da Chery, o valor será usado na chegada de novas versões híbridas para Tiggo 5X (HEV) e Tiggo 7 e 8 (PHEV). Isso mostra que, mesmo com o acordo com a Changan, a relação comercial com a Chery segue inalterada, como adiantamos neste artigo.
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Com a nova parceira, os irmãos Andrade ressaltaram que a relação não é de sociedade, ao menos por enquanto. Caoa e Changan, inicialmente formam uma aliança. Ou seja, os brasileiros são mais que meros distribuidores dos carros chineses. Para isso, vão investir o próprio capital para produzir ao menos três modelos em Anápolis.
Caoa Changan Avatr 11 é o primeiro modelo da nova marca do Brasil
Renato Durães/Autoesporte
O primeiro deles deve ter a montagem iniciada já em 2026. Os demais, a partir de 2027. Para cada um, a empresa estima um aporte de US$ 100 milhões. Ou seja, na conversão direta, o investimento deve ser de, no mínimo, R$ 1,6 bilhão nos próximos anos.
Estilo GWM
Se os futuros Caoa Changan nacionais não foram revelados, ao menos sabemos como a marca vai atuar no mercado. E aqui entra o “estilo GWM”, com uma linha de produtos dividida em submarcas, como Ora, Tank, Haval e Poer.
Na China, a Changan tem cinco delas: Avatr, Deepal, Changan Uni, Changan Nevo e Changan LCV, a última destinada a veículos comerciais como a picape Hunter, que dá origem a Fiat Titano e Ram Dakota, por exemplo.
Changan CS75 Plus é cotado para o Brasil
Divulgação
No Brasil, a Caoa Changan também terá submarcas com focos diferentes. No Salão do Automóvel, a empresa optou pelos produtos mais sofisticados da linha Avatr, além da exótica picape E07, da Changan. É uma espécie de cartão de visita para mostrar do que os chineses são capazes em termos de luxo.
No futuro, chegam modelos mais voltados ao cliente geral das divisões Uni e Nevo. Uni-T e CS75 apareçam com sombras no site da Caoa Changan com a informação “Em breve”, o que indica que devem ser lançados no Brasil. Ambos, inclusive, têm sido flagrados em testes no Brasil há meses. De forma geral, a linha é vasta. Na China, há mais de uma dúzia de opções entre SUVs, sedãs e até um subcompacto urbano que poderia roubar o posto de elétrico mais barato do país.
Independente de qual submarca, o nome dos produtos seguirá o padrão: Caoa Changan + submarca + nome do modelo. Por exemplo: Caoa Changan Avatr 11.
Caoa Changan Avatr 06 exibido no Salão do Automóvel
Renato Durães/Autoesporte
A variação de matrizes energéticas também será um diferencial para a Caoa Changan se destacar e ajudar naquele objetivo inicial dos 8% de participação no varejo. A empreva vai vender carros apenas a combustão, híbridos e elétricos.
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