BYD Dolphin Mini: peça de R$ 20 para “melhorar” suspensão afeta segurança?
Colocação do buffer pode afetar a segurança do carro e não é recomendado pela fabricante Uma peça de plástico vinda da China parece ter virado a solução para a melhorar a tão criticada suspensão do BYD Dolphin Mini, o segundo carro elétrico mais vendido no Brasil no primeiro semestre de 2024, com 9.056 emplacamentos. O objeto, chamado de buffer, é vendido na internet por preços que partem de R$ 20. Mas, será que isso compromete a segurança dos passageiros? Autoesporte consultou um especialista para responder.
Uma busca por vídeos no YouTube retorna com diversos tutoriais de como instalar a famosa peça improvisada. Em alguns, a solução caseira demanda somente o uso do macaco hidráulico e de abraçadeiras plásticas.
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O buffer é um calço plástico instalado entre os elos das molas helicoidais. Com isso, a suspensão do carro deveria ficar mais firme, já que o curso das molas ficam menores, mas acaba criando uma situação de insegurança para o veículo.
Calço plástico sendo instalado na suspensão traseira de um BYD Dolphin Mini
Reprodução/YouTube
“Obviamente isso é totalmente irregular, altera a segurança do carro, o curso da mola e obviamente pode fazer o carro ter comportamentos diferentes, principalmente em curvas em velocidade”, diz o professor de mecânica e consultor técnico da Autoesporte, Pedro Scopino.
Fábio Fukuda, também consultor técnico, não é favorável a esse tipo de adaptação. “O que ele está fazendo aí é travar a mola. Ele trava o curso da mola, então ela não tem o curso total previsto em alguns casos”, diz.
BYD Dolphin Mini é o segundo carro elétrico mais vendido do Brasil
Fabio Aro/Autoesporte
Você pode achar que o carro vai ficar mais firme, mas em uma situação em que você precisa que a suspensão trabalhe em uma extensão maior, você vai ter problema. Fukuda cita exemplo de curvas fechadas em uma velocidade maior. “O carro tem que se apoiar mais na suspensão, mas ela vai dar final de curso. E final de curso em suspensão, traseira, então, é sinônimo de perder o controle do carro”.
Além do risco à segurança, a instalação também pode invalidar a garantia do carro é não é recomendada pela BYD. Em nota, a montadora confirmou que a cobertura pode ficar invalidada.
“A BYD reforça que, conforme praticado no mercado automotivo em geral, nesse tipo de instalação, os itens afetados, como suspensão, semieixos, motor, etc., serão passíveis de análise e possível negativa da garantia do veículo.”
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