Ataque hacker à JLR deve causar prejuízo recorde de R$ 14 bilhões

A vida da JLR não vem sendo fácil. Desde que se reestruturou e mudou de nome, em 2023, enfrenta problemas com a Land Rover e, principalmente, com a Jaguar. Esta teve seu posicionamento alterado a fim de se manter viva no mercado, adotou identidade polêmica e lançou carro-conceito (o Type 00) controverso. Ademais, a companhia enfrenta crises nos mercados chinês e norte-americano. E a maré de azar parece ter virado tsunami.
Isso porque a JLR foi alvo, no primeiro dia de setembro, de um ataque cibernético que interrompeu toda a sua produção por cinco semanas — incluindo as atividades na unidade brasileira, localizada em Itatiaia (RJ). O evento foi catastrófico e atingiu, de acordo com a BBC, um total de 5 mil empresas. Um verdadeiro terremoto na cadeia de suprimentos.
Especialistas do Centro de Monitoramento Cibernético (CMC), organização sem fins lucrativos focada em cibersegurança, disseram que o hack foi o mais danoso da história do Reino Unido. O ataque custará à JLR custará cerca de 1,9 bilhão de libras, o equivalente a R$ 13,6 milhões em conversão direta, apontam os analistas.
Todas as fábricas da JLR no mundo foram afetadas por ataque cibernético
Divulgação
Ainda de acordo com a BBC, a JLR se recusou a comentar acerca da avaliação. Em comunicado oficial, a empresa garantiu seguir empenhada em retomar a produção gradativamente. As atividades da fabricante só deverão ser normalizadas a partir de 2026, ressaltam especialistas.
Entenda o ataque cibernético à JLR
A JLR foi obrigada a desativar toda a sua área de TI no fim de agosto, o que levou a paralisação das operações globais. A fabricante não divulgou publicamente detalhes sobre ataque, mas um grupo de cibercriminosos reivindicou a ação.
+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte
O grupo, responsável por outros hacks à grandes empresas, pratica usualmente o que se chama de “ransomware”. Esse tipo de ataque consiste numa espécie de sequestro de dados, que são liberados mediante pagamento (geralmente feito em criptomoedas). A autoria, no entanto, não foi confirmada por outras partes.
Produção da JLR ficou totalmente paralisada por pelo menos cinco semanas
Divulgação
De acordo com a Bloomberg, a startup Deep Specter Research avisou à JLR que hackers miravam suas operações. Relatório teria sido enviado aos executivos da fabricante alertando sobre os riscos de um ataque cibernético.
O retorno gradual das atividades fabris da JLR só foi ocorrer no dia 8 de outubro, quando os centros de produção de motores e baterias em West Midlands, no Reino Unido, voltaram a funcionar. A planta de Solihull, fundamental sob o prisma estratégico, já que fornece peças para empreitadas globais da companhia, vem aos poucos voltando à normalidade.
Initial plugin text
As operações em Castle Bromwich e Halewood, de acordo com a JLR, também vem sendo retomadas. A empresa disse ainda que tais ações seriam seguidas “de perto pela fabricação de veículos em Nitra, na Eslováquia, e pelo reinício das linhas de produção do Range Rover e do Range Rover Sport na fábrica de Solihull”.
Não há quaisquer informações sobre Itatiaia no comunicado internacional. Autoesporte tenta contato com a assessoria de imprensa da empresa no Brasil para atualizações.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas

Fonte: Read More