Achado usado: Ford F-1000 Super Série é picape raiz com cor de Escort XR3


A Ford F-1000, introduzida no mercado brasileiro em 1979, foi a responsável por levar adiante o sucesso da F-100, lançada em 1957 no Brasil. Não foi uma missão fácil, afinal, a primeira picape da série F teve uma carreira brilhante e duradoura diante das rivais da Chevrolet (A-10, C-10 e D-10) e Dodge D-100. A F-1000 nos deixou em 1998, deixando a sua marca e até hoje é lembrada pela sua robustez e valentia.
A Ford F-1000 Super Série do ano e modelo 1990 das fotos é uma rara sobrevivente. Boa parte da pintura amarela Citrino — uma novidade da linha 1989 e estreada no Escort XR3 1987 — ainda é original de fábrica. Outro testemunho de época são as rodas originais, mas que igualmente foram restauradas no padrão original.
“A nossa F-1000 teve cerca de quatro donos nestes 35 anos de fabricação e o penúltimo deles nos contou que o motor foi refeito e está com aproximadamente 5 mil km”, conta Carlos Sonza, sócio da Ativa Veículos.
Outra particularidade contada pelo outro associado, Marcio Giuliani, é que, por ser um veículo voltado para trabalho, muitos exemplares já se perderam no tempo ou foram descaracterizados.
Pintura amarela Citrino deste exemplar do Ford F-1000 é quase 100% original de fábrica
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“Tirando a pintura da caçamba, todo o restante dela ainda é original, assim como os vidros, teto solar e para-brisa com selos de controle de qualidade emitidos pela Ford”, conta o sócio da loja que detém o veículo.
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Outro testemunho de época está no cofre do motor, que mantém a tinta amarela intacta. Nele se esconde o famoso MWM 229 4CC. Regido por um câmbio manual de cinco marchas, faz a caminhonete extrair modestos 83 cv de potência e 25,3 kgfm de torque, porém logo a 1.600 rpm e com muita robustez.
Ford F-1000 apresenta teto solar com toque de nostalgia dos anos 80
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Apesar disso, o desempenho deixava a desejar. Para tirar as mais de 2 toneladas de peso bruto e ir de 0 a 100 km/h, a F-1000 Super Série levava longos 29,3 segundos. Era quase um drama de novela mexicana. Para isso, era comum lojas autorizadas e empresas independentes instalarem o turbo como uma forma de aumentar a cavalaria, como é o caso do exemplar das fotos. Segundo o antigo proprietário, que preferiu não se identificar, a potência da unidade deste artigo gira em torno de 87 cv.
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A propósito, o preço pedido pela Ford F-1000 Super Série 1990 é de R$ 139.900, valor equivalente ao da Volkswagen Saveiro Robust 1.6 CD zero-quilômetro. O modelo, de um modo geral, tem uma apresentação satisfatória, com grande parte da pintura de fábrica e tapeçaria refeita no padrão original. O charme do modelo é o teto solar, que pode ser aberto por meio de uma roldana. Tudo muito rústico, mas com o requinte da nostalgia que só os anos 1980 e 1990 trouxeram.
Picape alcança 144 km/h de velocidade máxima
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Este exemplar amarelo traz alguns itens de ‘luxo’, como vidros e travas elétricos, destravamento interno do capô, janela traseira corrediça e uma transmissão manual de cinco marchas que era disponível apenas na versão mais cara, incorporada desde o modelo 1989.
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Foi nesse ano também que a picape ganhou a opção a gasolina (108 cv) do conhecido propulsor 3.6 de seis cilindros em linha, existente na variante a álcool (F-1000A de 112 cv) desde 1985. A variante foi uma forma de conter a crise de abastecimento do combustível vegetal.
Vidros elétricos e travas nas portas representavam “luxo” para a época
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Primeira picape movida a diesel com turbo de fábrica
A F-1000 foi a primeira picape diesel a adotar este recurso da sobrealimentação. Isso ajudou o motor 3.9, dotado de injeção direta e turbocompressor, a ganhar até 119 cv, 36 cv extras a mais do que o aspirado. No torque, a caminhonete conseguiu expressivos 37 kgfm de força ou 11,7 kgfm a mais, a partir das mesmas 1.600 rpm.
Com desempenho baixo, era comum instalarem o turbo de modo a aumentar a cavalaria do modelo
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Longe de ser um Ford Mustang em desempenho, a caminhonete ainda sentia o peso não só da idade, mas também na prova dos 0 a 100 km/h, em longos 17,6 segundos. A velocidade máxima declarada foi de 144 km/h. De qualquer forma, já era uma evolução em agilidade dos motores a álcool e a gasolina.
No visual, as faixas laterais com o nome estilizado ‘F-1000 TURBO’ em itálico e rodas de alumínio davam um certo ar de modernidade ao projeto datado. A cabine, por sua vez, recebia mimos como controle elétrico para os retrovisores e cintos de três pontos.
Interior Ford F-1000
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No último ano dessa geração, vieram mais novidades, entre as principais, tanque de combustível em plástico polietileno de 114 litros e câmbio de 5 marchas de série estendido a toda a gama.
De qualquer forma, estas singelas melhorias ajudaram a segurá-la na liderança até a chegada da nova geração, de 1992, inspirada no Bronco e na F-150, da Ford norte-americana. No entanto, este é um assunto para uma próxima pauta.
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