Plano do governo para carro popular pode aumentar as vendas em até 200 mil unidades em 2023
Especialista diz que mercado pode emplacar 2,3 milhões de carros em 2023, mas alerta para maior oferta de crédito e redução da taxa de juros O plano do governo para carros populares na faixa de R$ 60 mil, anunciado hoje (25) pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), pode aumentar as vendas de automóveis em até 200 mil unidades este ano.
Segundo Milad Kalume, diretor de desenvolvimento da JATO Dynamics, a redução de impostos pode fazer as vendas acumuladas saltarem de 2,1 milhões para 2,3 milhões até o final de 2023.
“É um alento, pois a elevação é de 10% sobre a projeção anterior. Mas nosso mercado tem uma ociosidade muito grande, que só vai melhorar com maior oferta de crédito e redução da taxa de juros”, afirma o executivo.
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Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (e vice-presidente) disse na coletiva que o preço de carros até R$ 120 mil pode cair de 1,5% a 10,79% com reajustes no IPI e no PIS/Cofins.
Os novos carros populares serão contemplados com as isenções com base no preço (quanto mais barato, maior a redução), eficiência energética (quanto menos poluentes, maior a redução) e densidade industrial (quanto maior o índice de peças nacionais, maior a redução). O Ministério da Fazenda terá 15 dias para anunciar cada faixa de desconto para os carros novos.
Kalume comemora o fato da redução ser baseada em tributos, e não no empobrecimento do veículo. O especialista também considera a margem de redução aceitável, por mais que os novos populares não atinjam os patamares almejados pelo governo.
Novos populares não atingiram a margem de R$ 55 mil estipulada pelo governo
Divulgação
Cássio Pagliarini, especialista da Bright Consulting, diz que o governo precisa divulgar a tabela de eficiência energética para que a indústria verifique se os veículos atuais já se enquadram na redução ou se terão que passar por adaptações.
Alckmin não disse qual é a nova estimativa dos preços dos carros no Brasil. Considerando os 10,79% de redução na faixa máxima prevista, Renault Kwid e Fiat Mobi, os atuais carros mais baratos do Brasil passariam de R$ 68.990 para R$ 61.545.
Com pressão do governo e redução na margem de lucros, a expectativa é de que os modelos mais em conta possam custar um pouco menos de R$ 60 mil — algo como o “simbólico” preço de R$ 59.990.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, afirmou que a redução nos preços vai valer mesmo para carros que já estão nos estoques das concessionárias. Dessa forma, esses modelos não precisariam ser “desfaturados” para serem vendidos com o desconto.
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