BYD começa a montar o primeiro carro elétrico em série no Brasil

Marca chinesa apresentou primeiras unidades de Dolphin Mini e Song Pro montadas na fábrica que era da Ford, mas produção nacional ainda não começou; entenda O fim da novela da BYD e sua fábrica de Camaçari (BA) parece estar próximo. Nesta terça-feira (1), a empresa apresentou os primeiros carros montados no complexo que foi comprado da Ford ainda em 2023. Além do Song Pro, a chinesa também mostrou unidades do Dolphin Mini — primeiro elétrico feito em série no Brasil. Confirmou ainda que, nas próximas semanas, começará a montar na unidade o sedã King.
No entanto, isso não significa que a produção teve início. Os Dolphin Mini e Song Pro exibidos fazem parte de uma fase prévia, na qual os processos e o funcionamento da linha são verificados. Ou seja, esses veículos não serão vendidos.
O galpão de 160 mil metros quadrados em que o evento foi realizado é apenas um dos três que a BYD está erguendo no complexo. A montadora optou por não utilizar quase nada da estrutura original da unidade da Ford, reconstruindo boa parte a fim de fazer seus veículos. Por ora, antigos espaços utilizados pela fabricante norte-americana estão abandonados, mas serão transformados em fábricas de componentes.
No local há cinco linhas paralelas de montagem, todas com algum carro já em processo de validação. Metade da área está pronta. A outra parte ainda está em construção, com maquinário, inclusive, embalado. Também é preciso lembrar que há obras no complexo, à exceção dos três galpões, que seguem embargadas pelo Ministério Público do Trabalho após denúncias de más condições de trabalho.
“Muita gente duvidou que nós faríamos carros no Brasil. Não é fácil, são muitos desafios. Trabalhamos tão duro para alcançar os resultados. Porque nos importamos com a comunidade, nosso time no Brasil”, salientou Stella Li, vice-presidente executiva da BYD.
“Nós não viemos aqui para uma montagem. É produção nacional, geração de tecnologia e desenvolvimento”, completou Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da companhia para o Brasil. Vale frisar que, além do início da montagem, a BYD também anunciou a qualificação de 106 empresas instaladas no Brasil para fornecer peças para a unidade de Camaçari.
BYD King vai ser o terceiro carro produzido pela marca chinesa no Brasil
A fabricante prometeu ainda a abertura de 3 mil vagas de emprego até o fim deste ano. A montadora chinesa irá contratar, destacou, engenheiros, técnicos, operados, seguranças, eletricistas, profissionais de logística, TI e setor administrativo.
Linhas já têm veículos em processo de validação
André Paixão/Autoesporte
Fábrica da BYD em esquema SKD
Contudo, enquanto parte das obras continuam embargadas, a companhia chinesa seguirá montando carros no Brasil em área reduzida. Isso até que a questão seja resolvida. E, sim, o termo correto para esta fase é montar, porque a fabricação propriamente dita ainda deve demorar. Por enquanto, o local opera em esquema SKD (semi knocked-down), ou semi-desmontado, na tradução livre.
Deixando a compreensão mais clara, os carros chegam importados, prontos, mas desmontados. Cabe ao time local apenas realizar a montagem final. Em muitos casos, o índice de nacionalização é tão baixo que até mesmo o ar usado para encher os pneus é importado.
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BYD Dolphin Mini será montado numa primeira etapa, assim como o Song Pro, em regime SKD
Autoesporte/Vitória Drehmer
É assim que operam Audi e Jaguar Land Rover no Brasil, por exemplo. No caso da BYD, existe uma questão adicional muito importante: a empresa tenta junto ao governo uma condição tributária mais favorável para seguir operando em SKD. Atualmente, esse regime paga a mesma quantidade de impostos de veículos importados, já que, efetivamente, quase não há produção local.
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Também é preciso lembrar que esta terça-feira marca um novo aumento nos impostos para veículos elétricos e híbridos importados. Ou seja, quanto mais tempo levar para iniciar a produção de forma efetiva (ou conseguir uma condição melhor para SKD), pior fica a situação da BYD.
Brasil terá sistema de recarga de baterias em 5 minutos
Além de ter encetado a montagem de carros em Camaçari, incluindo o primeiro elétrico em série, a BYD revelou que o Brasil será o primeiro país da América a ter sistema que, segundo a montadora, faz com que a bateria recupere 400 km de autonomia em apenas cinco minutos — praticamente o mesmo tempo que um automóvel a combustão leva para ser reabastecido.
Chamada de Super e-Platform, a tecnologia garante potência de carregamento de 1 megawatt (ou 1.000 kW). Isso se traduz, ainda de acordo com a BYD, em uma velocidade de carregamento máxima de 2 km por segundo. Por fim, a montadora, embora tenha feito o anúncio, não deu uma data exata para o sistema chegar ao Brasil.
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