6 Mitos sobre o seguro auto que você precisa parar de acreditar agora

Descubra os principais mitos que envolvem o seguro automotivo, entenda o que realmente faz parte da cobertura e evite decisões erradas baseadas em desinformação.
Quando o assunto é seguro automotivo, o que mais circula por aí não são apenas cotações e comparativos de coberturas. Circulam também mitos. Ideias que foram repetidas tantas vezes que acabaram ganhando o status de verdade, mesmo sendo interpretações erradas, generalizações ou até suposições ultrapassadas.
O problema é que essas informações incorretas confundem os consumidores e podem resultar em escolhas ruins, expectativas equivocadas e prejuízos.
A verdade é que o seguro auto é uma ferramenta poderosa de proteção patrimonial e tranquilidade, mas, para funcionar bem, precisa ser compreendido corretamente. Por isso, vamos desmistificar algumas dessas crenças populares que ainda rondam o setor.
A seguir, você confere seis mitos bastante difundidos e o que realmente está por trás de cada um deles.
Mito 1: Se o airbag for acionado por acidente, o carro é automaticamente considerado perda total
Esse talvez seja um dos mitos mais comuns entre os motoristas. O pensamento é mais ou menos o seguinte: o airbag acionou, então o carro será condenado. Mas não é assim que funciona.
A definição de perda total é bastante clara: ocorre quando o custo do conserto do veículo ultrapassa 75% do seu valor de mercado, segundo critérios estabelecidos pela Susep (Superintendência de Seguros Privados). O fato de o airbag ser disparado não significa, por si só, que essa condição será atingida.
É verdade que o acionamento do airbag costuma estar associado a acidentes de maior gravidade. Também é fato que o reparo e a substituição dos airbags têm custos elevados. Mas muitos casos com airbag acionado não atingem a porcentagem necessária para configurar perda total. O carro pode, sim, ser consertado e voltar a circular com segurança.
O que sustenta esse mito é a percepção de que o acionamento do airbag representa um dano irreversível, o que não condiz com a realidade técnica e contratual das seguradoras.
Mito 2: Carro mais velho tem seguro mais barato
À primeira vista, esse raciocínio até parece lógico: se o carro vale menos, o custo para segurá-lo também deveria ser menor. Mas a conta não é tão simples assim.
O valor da apólice é definido com base em múltiplos fatores de risco, não apenas no valor de mercado do veículo. Modelos mais antigos podem ter seguro mais caro por diversas razões:
- Dificuldade para encontrar peças de reposição;
- Manutenção mais cara;
- Alta sinistralidade (índice de ocorrências);
- Alto índice de roubo e furto.
Ou seja, o seguro de um carro mais antigo pode, sim, ser mais caro do que o de um veículo mais novo, moderno e com tecnologias de segurança avançadas. Cada caso deve ser analisado individualmente, considerando o modelo, perfil do condutor e o contexto geral de uso do carro.
Mito 3: Seguro para mulher é sempre mais barato
Durante anos, esse foi um dos mitos mais reforçados no mercado. E há até uma certa base estatística por trás disso: dados mostram que, de forma geral, mulheres se envolvem em menos acidentes graves e têm comportamentos de direção mais prudentes. No entanto, isso está longe de ser uma regra absoluta.
Hoje, as seguradoras trabalham com perfis muito mais amplos e detalhados. O fator “sexo” é apenas um entre dezenas de critérios levados em consideração para precificar uma apólice. A idade, o histórico de sinistros, a cidade de residência, a frequência de uso do veículo e até o trajeto diário influenciam no valor final do seguro.
Assim, uma mulher jovem, com histórico de colisões e que reside em uma área de alto risco pode pagar um seguro mais caro do que um homem com perfil mais conservador e sem registros de sinistros. O perfil comportamental prevalece sobre estereótipos.
Mito 4: Seguro cobre qualquer tipo de dano ao veículo
Esse é outro equívoco muito comum. Ao contratar um seguro, muitos motoristas acreditam estar automaticamente protegidos contra qualquer tipo de prejuízo, da batida mais grave ao arranhão mais superficial. Mas não é bem assim.
O seguro auto tradicional, chamado de compreensivo, cobre normalmente:
- Colisões;
- Roubo ou furto;
- Incêndio;
- Danos da natureza (como enchentes ou quedas de árvore), conforme o plano contratado.
Porém, alguns itens não estão incluídos na cobertura básica, como:
- Desgaste natural das peças;
- Problemas mecânicos e elétricos não relacionados a sinistros;
- Manutenção preventiva;
- Danos estéticos leves (como pequenos riscos e amassados, a menos que haja cobertura adicional para isso).
Muitos motoristas só percebem essa diferença ao acionar o seguro e descobrir que o problema não é coberto. Por isso, é fundamental entender os detalhes da apólice e, se necessário, contratar coberturas adicionais.
Mito 5: Fiz um seguro e já estou protegido imediatamente
Ao assinar o contrato, muitos consumidores assumem que o veículo está imediatamente segurado. Mas, na prática, a cobertura só passa a valer a partir da data de início da vigência, que pode ou não coincidir com a data da contratação.
Além disso, algumas seguradoras exigem vistoria prévia para liberar a cobertura, especialmente se o seguro estiver sendo contratado fora da concessionária ou para veículos usados. Em certos casos, a apólice só entra em vigor após essa etapa.
Outro ponto importante: existem carências para determinadas coberturas ou serviços, como o uso de assistência 24 horas. Essas condições devem estar especificadas no contrato. Assumir que tudo está válido de imediato é um erro que pode custar caro.
Mito 6: Seguro é tudo igual; o que muda é só o preço
Essa é uma armadilha comum para quem compara seguros apenas com base no valor final da apólice. O seguro pode parecer um produto padronizado, mas não é. Existem diferenças importantes de:
- Coberturas oferecidas;
- Limites de indenização;
- Tipos de franquia;
- Regras para indenização integral ou parcial;
- Serviços de assistência incluídos (guincho, carro reserva, socorro mecânico etc.);
- Prazo de carência;
- Exclusões contratuais.
Na prática, um seguro mais barato pode oferecer cobertura limitada, excluir eventos importantes ou ter franquias muito altas, que inviabilizam o uso em casos menos graves. Portanto, comparar apólices exige atenção ao conteúdo, não apenas ao preço.
Por que esses mitos se espalham?
Boa parte da confusão vem da falta de leitura das apólices, do uso de linguagem técnica pouco acessível e de suposições que se perpetuam ao longo do tempo, baseadas em experiências pessoais, relatos distorcidos ou generalizações. Em outros casos, o próprio corretor pode falhar ao explicar os detalhes do contrato.
A internet, infelizmente, também contribui com informações desatualizadas ou fora de contexto.
Como evitar armadilhas na contratação do seguro auto?
- Leia a apólice com atenção. Não pule as cláusulas. Entenda o que está (ou não está) coberto.
- Converse com um corretor de confiança. Tire todas as dúvidas antes de assinar.
- Compare coberturas, não apenas preços. O mais barato pode sair caro se não atender às suas necessidades.
- Considere seu perfil de uso. Se você usa o carro todos os dias, tem garagem, viaja com frequência ou reside em área de risco, essas informações impactam diretamente na escolha do seguro.
- Fique atento às franquias. Entender o valor da franquia e como ela funciona é essencial para saber quando vale a pena acionar o seguro.
Informação é proteção
O seguro auto é uma das formas mais eficazes de preservar seu patrimônio e garantir tranquilidade em momentos de imprevisto. Mas, como qualquer produto financeiro, ele exige conhecimento e atenção. Desmistificar as falsas verdades que rondam esse universo é o primeiro passo para fazer escolhas melhores.
Mantenha-se informado, pergunte sempre que tiver dúvida e não assuma nada com base em “o que dizem por aí”. No fim das contas, o que protege seu carro, e seu bolso, não é só a apólice. É o entendimento que você tem dela.
Se quiser aprofundar ainda mais no assunto ou esclarecer pontos específicos do seu perfil, fale com um corretor habilitado e tire suas dúvidas diretamente com quem entende do assunto.
A informação correta, nesse caso, é o melhor investimento que você pode fazer.



